A doença de Alzheimer é um desafio que afeta muitas famílias. Essa condição atinge o cérebro, alterando a memória, o pensamento e o comportamento com o passar do tempo. É a forma de demência mais comum, principalmente em pessoas mais velhas, onde a idade é o principal fator de atenção.
Sabe aquela sensação de esquecer uma palavra? De vez em quando, isso é normal. Mas se os problemas para lembrar palavras e outras dificuldades na fala começam a aparecer de forma constante e pioram, pode ser um sinal precoce de algo mais sério, como o Alzheimer. Por isso, identificar essas mudanças cedo faz toda a diferença.
Um diagnóstico no começo da doença pode abrir portas para tratamentos que ajudam a melhorar a qualidade de vida. Ficar atento a pequenas alterações na forma como alguém se comunica é uma das pistas valiosas que os profissionais de saúde usam para investigar. É bom lembrar: ter um ou outro sintoma não confirma nada sozinho, mas são indícios importantes.
O que a fala pode nos dizer?
Pensando nisso, a especialista Sarah Curtis, da Nottingham Trent University, estudou a fundo como a linguagem muda em casos de Alzheimer. Ela apontou cinco sinais na fala que podem surgir logo no início da doença. Conversar com um médico sempre que notar algo diferente é o caminho mais seguro, pois cada pessoa é única.
Mas, afinal, quantas pessoas vivem com essa condição? A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica que a demência é um termo amplo para problemas de memória e raciocínio. O Alzheimer representa a maior parte desses casos, cerca de 60% a 70%. Globalmente, dez milhões de pessoas recebem o diagnóstico de demência por ano.
No Brasil, os números também chamam a atenção. No final de 2023, dados do governo indicavam que 1,2 milhão de brasileiros conviviam com o Mal de Alzheimer. A doença é progressiva e faz o cérebro funcionar de forma inadequada, piorando com o tempo. A idade, especialmente após os 65 anos, aumenta muito o risco, mas o Alzheimer de início precoce pode aparecer antes.
Cinco sinais na fala para observar
Prestar atenção em como a linguagem muda pode ser um dos primeiros passos para identificar o declínio mental. Quais são, então, os cinco sintomas na fala que merecem nossa atenção, segundo a pesquisa?
- Pausas, hesitações e imprecisões: Alguém com dificuldade em lembrar uma palavra pode parar muito ao falar ou demorar para encontrá-la. Em vez de dizer “cadeira”, pode descrever: “aquilo que a gente senta, que tem pernas”. Às vezes, usa palavras vagas como “coisa”.
- Falar sobre uma tarefa em vez de executá-la: Em vez de simplesmente começar uma atividade, a pessoa pode falar sobre como se sente a respeito dela. Pode dizer: “Será que consigo fazer isso?” ou “Eu era bom nisso antigamente”, em vez de focar na tarefa em si.
- Usar palavras com o significado incorreto: Pode acontecer de substituir a palavra certa por outra parecida ou relacionada. Em vez de “cachorro”, talvez use “gato”. Em fases iniciais, é mais comum usar um termo mais geral, como dizer “animal” em vez de “cachorro”.
- Dificuldade em encontrar as palavras certas: Encontrar nomes para objetos ou itens dentro de uma categoria pode se tornar um desafio. Pedir para listar frutas ou palavras que começam com uma letra específica, algo usado em testes, fica mais difícil conforme a doença avança.
- Menor variedade de palavras: A linguagem tende a ficar mais simples. A pessoa pode usar as mesmas palavras com frequência, repetindo verbos, substantivos e adjetivos. Palavras como “o”, “e”, “mas” podem aparecer mais para ligar frases, indicando um vocabulário menos rico.
Identificar essas mudanças cedo é importante, principalmente para quem já tem um risco maior para a doença. Pessoas com Síndrome de Down, por exemplo, se beneficiam muito de uma detecção precoce. Estar atento aos sinais na fala é um passo fundamental no cuidado.