O número de dispensas em companhias de tecnologia segue crescente desde o início do trimestre de 2022. A Amazon anunciou que eliminaria pelo menos 10 mil postos de trabalho no ano passado e, projetou 18 mil cortes no início de 2023, como parte de reestruturação nos custos. A gigante varejista agora confirma o novo lote de desempregados, com 9 mil dispensados – e um total de 30 mil funcionários demitidos desde o início da crise no setor.
“Esta foi uma decisão difícil, mas que achamos ser a melhor para a empresa a longo prazo”, escreveu o CEO Andy Jassy, no memorando de dispensa. “Alguns podem perguntar por que não anunciamos essas reduções de funções com as que anunciamos alguns meses atrás”, acrescentou. “A resposta curta é que nem todas as equipes terminaram suas análises no final do outono; e, em vez de apressar essas avaliações sem a devida diligência, optamos por compartilhar essas decisões conforme as tomamos, para que as pessoas tivessem as informações o mais rápido possível.”
Os próximos cortes, que devem ocorrer nas próximas semanas, afetarão mais a área de Amazon Web Services, People Experience and Technology (PXT), publicidade e Twitch.
A Amazon justificou as demissões com a “bolha” criada durante a pandemia. Quando a população foi obrigada a ficar em isolamento social devido à pandemia de covid-19, serviços e produtos digitais tiveram um aumento significativo, já que muitas pessoas passaram a usar mais computadores, celulares, aplicativos de mensagens, streaming, armazenamento em nuvem e outros itens tecnológicos.
O mercado cresceu tanto em 2020 que, apesar de haver rumores de que uma possível “bolha” estaria estourando com o fim da pandemia, muitas companhias continuaram apostando alto e o setor contratou bastante gente em 2021.
A “bolha” realmente se rompeu quando a pandemia desacelerou e as pessoas, em todo o mundo, passaram a ter mais tempo fora dos ambientes virtuais. De fato, o ramo notou uma queda no consumo de produtos e serviços tecnológicos maior que o esperado, provavelmente porque as pessoas estavam cansadas dos relacionamentos virtuais e desejavam mais interação presencial.
A Amazon, assim como outras grandes companhias de tecnologia, rapidamente aumentou o seu quadro de funcionários durante a pandemia.
“[As contratações] faziam sentido, considerando o que estava acontecendo em nossos negócios e na economia como um todo. No entanto, dada a economia incerta em que residimos, e a incerteza que existe no futuro próximo, optamos por ser mais simplificados em nossos custos e número de funcionários”, acrescentou.
Vale salientar que, na semana anterior, a Meta, detentora do Facebook, também anunciou o corte generalizado de mais 10 mil funcionários, além dos 11 mil exonerações do final do ano passado. Até momento, considerando somente as big techs globais, já foram mais de 100 mil demissões desde o segundo trimestre do ano passado.