Na sexta-feira, 19 de julho, um apagão cibernético global afetou diversos setores, incluindo transportes, saúde, finanças, telecomunicações e mídia, impactando também o Brasil. Diversos aplicativos de bancos, como Bradesco, Nubank, Neon e Next, apresentaram instabilidade devido ao incidente.
Os problemas foram sentidos em várias partes do mundo, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Índia, Nova Zelândia, África do Sul e Alemanha. A causa do apagão parece estar relacionada a uma falha global em sistemas de computação em nuvem que utilizam o sistema operacional Microsoft Windows.
De acordo com o Downdetector, um site que monitora interrupções técnicas, picos de incidentes em serviços que utilizam aplicativos da Microsoft foram registrados desde a noite de quinta-feira, 18 de julho. A agência de notícias Reuters informou que a CrowdStrike, uma empresa global de cibersegurança, alertou seus clientes sobre uma falha operacional causada pelo software Falcon Sensor, fornecendo instruções para contornar o problema manualmente.
Ainda não está claro se a falha na CrowdStrike é a única causa das interrupções ou se há outros fatores envolvidos. A Microsoft Azure, plataforma para gestão de aplicativos e serviços, está investigando a questão e trabalhando para resolvê-la. Autoridades britânicas descartaram, por ora, a hipótese de um ciberataque.
Nos Estados Unidos, o problema foi inicialmente detectado e resultou no cancelamento de voos por várias companhias aéreas, incluindo Air France, KLM, Eurowings e Ryanair. A Lufthansa foi levemente afetada. O aeroporto de Berlim (BER) na Alemanha está retomando os voos gradualmente, enquanto na Espanha, os sistemas da estatal Aena enfrentaram irregularidades, alertando para possíveis atrasos.
Na Austrália, uma interrupção técnica de grande escala afetou diversas empresas, conforme relatado pelo departamento nacional de cibersegurança. No Reino Unido, serviços ferroviários e de telecomunicações foram interrompidos, e a emissora Sky News enfrentou dificuldades nas transmissões ao vivo. Diversos canais de TV na França também ficaram fora do ar.
Falhas de TI podem ter um efeito cascata em um setor inteiro, como visto em 2021, quando um ciberataque à operadora americana Kaseya afetou até mesmo supermercados na Suécia. Atualmente, companhias aéreas, de telecomunicações e financeiras enfrentam problemas similares. Nos Estados Unidos, a American Airlines, United e Delta tiveram voos suspensos. Problemas foram reportados na Austrália, Holanda, Panamá, Reino Unido, Alemanha, África do Sul e Índia.
A falha está aparentemente ligada a um problema global na empresa de segurança cibernética CrowdStrike, que confirmou estar ciente das falhas no sistema operacional Windows em seu sensor Falcon.
No Reino Unido, além dos serviços ferroviários e de telecomunicações, a bolsa de valores e o canal Sky News também foram afetados. Na África do Sul, um dos maiores bancos anunciou problemas que afetaram todos os serviços nacionalmente.
Em Hong Kong, a Autoridade Aeroportuária informou que as companhias aéreas mudaram para procedimentos de check-in manual, mas os voos não foram afetados.