A apneia do sono, que causa frequentes interrupções na respiração durante o descanso, é uma condição que atinge cerca de 900 milhões de adultos no mundo. Recentes investigações da Universidade de Miami revelaram que essa condição não só prejudica a qualidade do sono, mas também está associada a mudanças no cérebro que podem elevar o risco de doenças neurológicas, incluindo o Alzheimer.
O estudo analisou dados de 2.600 pacientes latinos, com uma média de 68 anos, um grupo demográfico que apresenta alta vulnerabilidade tanto à apneia quanto a outras condições cerebrais. Os resultados, publicados na revista Neurology, mostraram que o hipocampo dos indivíduos com apneia tinha um volume 0,24 cm³ maior em comparação com aqueles sem o distúrbio. Além disso, cada interrupção no sono resulta em um aumento adicional de 0,006 cm³ nesse importante centro de memória e aprendizado.
A pesquisa também associou a diminuição dos níveis de oxigênio durante o sono a alterações na substância branca do cérebro, que é responsável pela transmissão de sinais nervosos e pode estar ligada a problemas vasculares. Os especialistas afirmam que tratar a apneia é uma estratégia importante para prevenir o surgimento de doenças cerebrais.
O psiquiatra geriátrico David Merrill destaca que a qualidade do sono é crucial para a saúde cognitiva e que a higiene do sono pode ajudar a mitigar os sintomas da apneia, protegendo assim a função cerebral ao longo do tempo.