Na sequência de um rebaixamento pela instituição financeira Barclays, que alterou a classificação da Apple de “neutra” para “underweight” e reduziu o preço-alvo da empresa em 1 dólar, estabelecendo-o em US$ 160, registrou-se uma queda de 4% nas ações da tecnológica na terça-feira (2). A justificativa para a desvalorização se baseia nas vendas abaixo do esperado do iPhone 15, especialmente no mercado chinês, onde a Huawei, outro gigante do setor, lançou a bem-sucedida linha Mate60, conquistando grande adesão dos consumidores locais.
Além disso, o banco Barclays expressou preocupação com a possibilidade de demanda debilitada para os dispositivos Apple, inclusive o iPhone e o Mac, se manter durante o ano de 2024. Há também incertezas relativas aos serviços oferecidos pela empresa, com análises regulatórias em curso sobre as práticas da App Store. Consequência das transformações recentes, as ações da empresa de Cupertino atingiram o maior volume de recomendações negativas nos últimos dois anos, conforme indicadores da London Stock Exchange Group (LSEG).
O rebaixamento e a redução do preço-alvo pela Barclays podem sinalizar uma potencial redução de cerca de US$ 90 bilhões no valor de mercado da empresa mais valiosa do mundo na esfera da tecnologia. As dificuldades enfrentadas pela Apple não se restringem à concorrência, mas também são potencializadas por uma queda geral na demanda por produtos tecnológicos e restrições impostas pelo governo chinês à utilização de dispositivos estrangeiros por seus funcionários.
No contexto de acirramento da concorrência, a Huawei anunciou previsão de encerrar o ano fiscal de 2023 com um aumento de 9% em sua receita, que superaria os 642,3 bilhões de yuans (equivalente a aproximadamente US$ 90,3 bilhões) reportados no ano anterior. Este avanço foi impulsionado em grande parte pelo desempenho de vendas positivo da série Mate 60, lançada no mesmo período em que a Apple introduziu o iPhone 15 ao mercado.