No último semestre de 2023, as condições climáticas adversas impactaram negativamente as lavouras de arroz e feijão, itens fundamentais na dieta dos brasileiros. Os reflexos desses eventos climáticos resultaram em um aumento significativo no preço do arroz e previsões apontam para uma alta no valor do feijão no primeiro trimestre de 2024.
De acordo com os índices do IPCA, o arroz teve um acréscimo de 18% em seu preço ao longo de 2023. Em janeiro, a saca de 50 kg era comercializada a aproximadamente R$ 92, encerrando o ano a R$ 126, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (CEPEA). Especialistas, como Felippe Serigati, pesquisador da FGV Agro, já previam essa escalada de preços, considerando a redução da última safra e os períodos de estiagem severa no Rio Grande do Sul, responsável por 80% da produção nacional.
Ainda segundo Serigati, há uma expectativa de redução nos preços, porém, sem voltar aos patamares anteriores ao aumento. Apesar do encarecimento do arroz, o Brasil não enfrenta riscos de desabastecimento, tendo em vista a possibilidade de importação do cereal. No entanto, o feijão, com variedades específicas cultivadas no país, apresenta um cenário diferente.
Estimativas para 2024 indicavam uma colheita de aproximadamente 3 milhões de toneladas de feijão. Porém, espera-se agora uma redução de cerca de 2,5% nesse volume, o que deve pressionar ainda mais os preços do grão até março deste ano.
Portanto, o início de 2024 sinaliza um período de atenção para os consumidores, com preços mais elevados para esses dois alimentos básicos na mesa dos brasileiros. As autoridades e entidades do setor agrícola seguem monitorando a situação para mitigar os impactos e assegurar o acesso à alimentação.