Astrônomos da universidade Curtin descobrem novo remanescente de supernova

Descoberta na Austrália: novo remanescente de supernova a 3.300 anos-luz impressiona cientistas.

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Astrônomos da Universidade Curtin, localizada na Austrália, anunciaram uma descoberta significativa: um novo remanescente de supernova, identificado como G321.3-3.9, situado a cerca de 3.300 anos-luz de nosso planeta. Este descobrimento, que ainda aguarda revisão por pares, foi detalhado em um estudo veiculado no servidor de pré-impressão arXiv. A estrutura, que se estima ter alguns milhares de anos, exibe uma forma elíptica intrigante, o que contribui para o entendimento dos astrônomos sobre eventos cósmicos desse tipo.

Os remanescentes de supernova (SNRs), como o G321.3-3.9, são vastas estruturas formadas pela material expelido durante a explosão de uma supernova, que subsequentemente interage com elementos do meio interestelar. Esses fenômenos são fundamentais para a compreensão da dinâmica galáctica, por disseminarem elementos pesados e aquecerem o meio interestelar, além de possivelmente terem um papel na aceleração de raios cósmicos galácticos.

O G321.3-3.9 havia sido sinalizado como um candidato a SNR em 1997, e observações anteriores haviam assinalado sua forma elíptica quase perfeita. Após uma análise meticulosa de dados de rádio e raios-X coletados de múltiplas fontes, inclusive da espaçonave Spektr-RG, a equipe de pesquisa, liderada por Silvia Mantovanini, confirmou a natureza do G321.3-3.9 como um remanescente de supernova. A estrutura revelou uma extensão em baixas energias de raios-X, rodeada por uma camada de rádio, e caracteriza-se pela ausência de emissão difusa no infravermelho, sugerindo uma emissão de síncrotron não térmico típica de SNRs do tipo concha.

As estimativas baseadas nas observações colocam o G321.3-3.9 entre 2.300 e 3.300 anos-luz de distância da Terra, com um diâmetro variando de aproximadamente 62 a 97 anos-luz e uma idade calculada entre 1.700 e 4.000 anos. Apesar desses dados, incertezas persistem, principalmente devido às limitações estatísticas dos dados de raios-X e à não associação com um pulsar conhecido na região. Para esclarecer essas dúvidas e possivelmente discernir mais sobre a idade, distância e velocidade de expansão do remanescente, os pesquisadores têm planos de conduzir futuras observações.