Aumento do preço da gasolina no Brasil: Impactos dos conflitos no Oriente Médio

Com o aumento da tensão no Oriente Médio, analistas debatem possíveis efeitos nos preços da gasolina no Brasil em 2024.

Em meio às tensões crescentes no Oriente Médio, o mercado global de petróleo enfrenta instabilidades, suscitando dúvidas sobre os possíveis impactos no preço da gasolina no Brasil em janeiro de 2024. No dia 3 de janeiro, ataques no Irã, reivindicados pelo Estado Islâmico, resultaram em 95 mortos e 211 feridos, ampliando as preocupações geopolíticas na região. Adicionalmente, os conflitos entre Israel e Hamas, e a crescente tensão no Iêmen, com ataques dos rebeldes Houthis, têm contribuído para a incerteza no mercado.

No dia 5 de janeiro, o preço do barril de petróleo apresentou significativa variação, com o WTI aumentando 2,44% e o Brent 1,71%, em comparação às primeiras horas do dia. Essa volatilidade é influenciada pela situação no Oriente Médio, região central na produção mundial de petróleo.

Nos Estados Unidos, maior produtor global de petróleo, a produção tem aumentado, atingindo um pico de 4,5 milhões de barris diários. Analistas do Bank of America projetam que o preço do Brent possa chegar a uma média de 80 dólares por barril em 2024, frente aos atuais 78,81 dólares. A volatilidade do mercado, no entanto, é esperada devido a fatores geopolíticos e políticas da OPEP.

Rafael Passos, da Ajax Asset, comentou ao Money Times que a redução global de refinarias nos últimos cinco anos levou a uma oferta mais restrita de petróleo, mantendo uma demanda consistente. Essa situação, aliada aos conflitos geopolíticos, resulta em oscilações nos preços.

No Brasil, apesar das instabilidades internacionais, espera-se estabilidade nos preços dos derivados de petróleo. Passos ressalta que a política de preços flexível da Petrobras e os avanços na exploração de petróleo, especialmente no pré-sal, oferecem uma certa proteção contra flutuações externas. Para uma influência significativa nos preços brasileiros, seriam necessários eventos geopolíticos mais extremos, como agravamentos nos conflitos entre Rússia e Ucrânia ou Israel e Hamas.