Bahia ocupa terceira posição em ranking de violência política durante eleições de 2024

Bahia ocupa o terceiro lugar em violência política, com 25 registros desde 2022, incluindo dois assassinatos em 2024.

Fotos: Reprodução/ Redes sociais

A Bahia ocupa a terceira posição entre os estados com o maior número de casos de violência política durante as eleições de 2024, de acordo com o levantamento “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, realizado pelas organizações Justiça Global e Terra de Direitos. O estado registrou 25 ocorrências desde 2022, empatando com Minas Gerais. São Paulo lidera o ranking com 53 casos, seguido do Rio de Janeiro, que contabiliza 32.

Segundo o relatório, apenas em 2024, a Bahia já contabilizou 14 ocorrências de violência política, com destaque para dois assassinatos, além de agressões físicas, atentados e ameaças contra políticos em exercício e candidatos. Um dos casos mais recentes aconteceu no sul do estado, onde o carro de uma candidata à prefeita foi perseguido e alvejado por disparos de arma de fogo.

No último mês, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) foi alvo de um ataque durante sua passagem pela cidade de Jeremoabo, no norte da Bahia. Manifestantes atiraram ovos contra o governador, que estava em um compromisso de campanha. Além disso, no início de setembro, outro episódio de violência foi registrado em Cachoeira, no recôncavo baiano. O candidato à prefeitura, Tato Pereira (PSD), foi vítima de uma tentativa de homicídio. Durante o ataque, um homem em uma motocicleta disparou contra o candidato, que não foi atingido. Ninguém ficou ferido, e o autor dos disparos não foi preso.

Casos de violência também afetaram eleitores. Em Juazeiro, um eleitor caiu de uma caminhonete depois de ter uma bandeira arrancada durante uma carreata. O homem sofreu ferimentos, mas seu estado de saúde não é grave. No município de Prado, no extremo sul, Giliard Lima dos Santos, de 23 anos, foi morto a tiros após uma discussão motivada por divergências políticas. O crime ocorreu na madrugada de sexta-feira (4), e outras duas pessoas ficaram feridas, incluindo o irmão de Giliard.

Entre novembro de 2022 e 15 de agosto de 2024, a Bahia registrou 25 casos de violência política, de acordo com o levantamento. Desses, três foram assassinatos, cinco atentados, oito ameaças, sete agressões físicas, uma ofensa e um caso de criminalização. O estudo destaca que a cada um dia e meio, em média, um novo episódio de violência política ocorre no Brasil, o que totaliza 145 casos em 2024.

A pesquisa, que registra 1.168 ocorrências no Brasil desde 2016, também revela que as mulheres são desproporcionalmente afetadas pela violência política, especialmente em anos eleitorais. A coordenadora de incidência política da Terra de Direitos, Gisele Barbieri, destacou a naturalização da violência política e a necessidade de respostas institucionais. Ela defende não apenas medidas punitivas, mas ações coordenadas para enfrentar o problema de maneira mais efetiva.