A Bahia alcançou um marco expressivo ao se tornar o estado com a segunda maior população indígena recenseada no Brasil, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Censo 2022. Contando com 191.950 pessoas autodeclaradas indígenas, a Bahia abriga aproximadamente 12,9% da população indígena do país, que ultrapassa 1,4 milhão de pessoas. O Amazonas lidera o ranking com 474.914 indígenas.
Comparado ao Censo 2010, o número de indígenas na Bahia triplicou, passando de 60.120 para 191.950 pessoas. Esse crescimento, embora positivo, traz desafios relacionados à preservação da memória e identidade dos povos originários. Durante um evento em Salvador, Jerry Matalauê, coordenador de Políticas para os Povos Indígenas, destacou que muitos indígenas nas cidades não se lembram mais a qual povo pertencem ou de que território provêm.
A maior concentração de indígenas na Bahia está no sul do estado, onde vivem povos como Pataxó e Truká. O Censo 2010 mostrou que aproximadamente 17.741 indígenas habitam Porto Seguro, Ilhéus, Santa Cruz Cabrália, Pau Brasil e Prado. A capital Salvador possui a maior quantidade de indígenas no estado, cerca de 7,5 mil, seguida de outras cidades na região sul.
A Defensoria Pública da Bahia informa que ao menos 14 povos indígenas vivem no estado, incluindo Pataxó, Truká, Tuxá, Atikun, Xucuru-Kariri, Pankararé, Tumbalalá, Kantaruré, Kaimbé, Tupinambá, Payayá, Kiriri, Pankaru e Pataxó Hã Hã Hãe. Essa rica diversidade cultural contribui para a história e identidade da Bahia e do Brasil, sendo essencial valorizar e preservar as tradições e costumes desses povos originários.