A Bahia se destaca como o terceiro estado brasileiro com o maior número de bens tombados ou em processo de tombamento. Ao todo, são 245 tesouros protegidos, incluindo seis locais que foram classificados como ruínas pelo Iphan. Essa categorização especial está ligada à forma como cada um desses bens é preservado.
A ruína mais antiga sob os cuidados do Iphan, que faz parte do Ministério da Cultura, é a Casa da Torre de Garcia d’Ávila e Capela de Nossa Senhora da Conceição. Esse pedacinho da história fica em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, bem no Litoral Norte.
O tombamento dessa área aconteceu lá em 1938, um dos primeiros registros feitos pelo Iphan, e foi atualizado em 1977. Uma portaria do instituto explica direitinho o que está sob proteção. Ela inclui a capela e toda a área que vai desde o ponto mais alto do monumento até a beira do mar, na Enseada de Tatuapara. A área protegida vai do Rio Pojuca até a futura Estrada dos Côcos, seguindo até encontrar uma reta que passa pela Casa da Torre e pelo farol, até chegar ao litoral e voltar ao Rio Pojuca.
No Recôncavo, duas cidades também têm ruínas tombadas: Maragogipe, com o Forte do Paraguassú, protegido desde 1938, e Cachoeira, com o Convento de Santo Antônio de Paraguassú, incluindo a igreja e as ruínas, desde 1941.
Outras ruínas tombadas na Bahia estão em São Francisco do Conde (Engenho São Miguel e Almas: casa e capela, em 1944); Rio de Contas (Igreja de Santana: ruínas, em 1958); e Andaraí, na Chapada Diamantina.
Andaraí foi o último município a ter um bem tombado como ruína. Em 2000, o Iphan aprovou a proteção do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Igatu, um distrito de Andaraí, incluindo as ruínas das casas de pedra.
Terreiros Tombados
A lista de bens tombados também inclui 10 terreiros na Bahia. Sete deles ficam em Salvador, dois em Cachoeira e um em Itaparica. Veja a lista:
- Salvador: Terreiro da Casa Branca (1986); Terreiro do Axé Opô Afonjá (2000); Terreiro de Candomblé Ilê Iyá Omim Axé Iyamassé (2005); Terreiro do Alaketo (2004), Ilê Maroiá Láji; Terreiro de Candomblé do Bate-Folha (2005); Terreiro de Candomblé Ilê Axé Oxumaré (2014); Terreiro Tumba Junsara.
- Cachoeira: Terreiro Aganjú Didê da Nação Nagô-Tedô (Terreiro Ilê Axé Icimimó Aganju Didè) e Terreiro Zogbodo Male Bogun Seja Unde (2015).
- Itaparica: Terreiro Culto aos ancestrais – OMO Ilê Agbôulá (2017).
Os dados foram reunidos pela Fiquem Sabendo, uma organização que trabalha com transparência pública. Eles aproveitaram o desabamento de parte do teto da Igreja de São Francisco de Assis, no Pelourinho, em Salvador, no dia 5 de fevereiro, para fazer esse levantamento.
Bahia em Números
A Bahia tem um total de 245 bens tombados ou em processo de tombamento, incluindo sítios arqueológicos, prédios, coleções de documentos e arquitetura. O estado fica atrás apenas do Rio de Janeiro (315) e de Minas Gerais (253).
Entre os bens já tombados, Salvador lidera a lista com 101. Depois vêm Cachoeira (31), Rio de Contas e Santo Amaro, ambos com 6 tombamentos.