Uma pesquisa recente trouxe um dado preocupante: em 2022, a Polícia da Bahia matou mais pessoas em ações do que todas as forças policiais dos Estados Unidos juntas. O que isso realmente significa?
O estudo, feito pelo UOL, mostra que as forças de segurança baianas, incluindo Polícia Militar e Civil, foram responsáveis por 1.464 mortes. Em contraste, as polícias dos EUA registraram 1.201 mortes.
Colocando em perspectiva: enquanto a Bahia tem cerca de 15 milhões de habitantes, os EUA contam com mais de 330 milhões. A discrepância nos números é chocante.
Yanilda Gonzales, pesquisadora de Harvard, questiona: “Como um estado com a população da Bahia pode ter números superiores a um país com tantos habitantes quanto os EUA?”
O drama não se resume apenas aos números. Muitas famílias denunciam abusos. Silvana dos Santos, mãe de um jovem morto pela polícia na Gamboa, revela o doloroso relato: “A polícia levou meu filho ainda vivo. Quando tentei intervir, apontaram uma arma para mim. Momentos depois, dispararam contra ele.”
Crescimento da letalidade
O UOL destacou que a gestão de Rui Costa (PT), que hoje é ministro da Casa Civil, foi marcada por um significativo aumento de mortes por forças de segurança. Entre 2015 e 2022, essas mortes aumentaram em impressionantes 313%, atingindo um recorde no último ano.
Questionada sobre a situação, a Secretaria da Segurança Pública respondeu que houve uma redução de 5,8% nas mortes por intervenção policial em 2023, sem, no entanto, divulgar números específicos. A comparação com os dados dos Estados Unidos não foi comentada pela Secretaria.
