Botulismo na Bahia: o que a mortadela de frango tem a ver com isso?

Surto de botulismo na Bahia está vinculado ao consumo de mortadela. Cinco casos confirmados e duas mortes.

Imagem ilustrativa - Reprodução/Minha Receita

A Bahia enfrenta um surto de botulismo, com cinco casos confirmados em três municípios: Campo Formoso, Senhor do Bonfim e Ribeira do Pombal. A doença, rara e grave, já causou duas mortes. Dos cinco casos registrados, quatro têm uma ligação comum: o consumo de mortadela de frango, segundo informações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

O botulismo é uma enfermidade que atinge o sistema nervoso, impedindo a comunicação entre os neurônios. Entre os principais sintomas estão a dificuldade para falar, piscar e realizar outros movimentos simples. Em casos mais graves, a doença pode impedir o paciente de respirar, levando à necessidade de intubação e, em alguns casos, à morte por parada cardiorrespiratória.

Apesar de a mortadela ser identificada como um possível vetor da doença, o infectologista Julio Croda, da Fundação Oswaldo Cruz, destacou que enlatados e conservas, como palmito e pepinos, são os vetores mais comuns. Segundo Croda, embalagens que deixam o alimento sem oxigênio, como latas ou plásticos, criam um ambiente favorável para a proliferação da toxina botulínica, produzida pela bactéria Clostridium botulinum.

O especialista recomenda atenção à procedência dos alimentos, priorizando produtos industrializados de marcas confiáveis. Dos casos confirmados na Bahia, quatro envolveram o consumo de mortadela da mesma marca, ainda não divulgada.

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