O Brasil enfrenta uma situação alarmante com a dengue, atingindo um recorde histórico de 5.100.766 casos prováveis em 2024. Este número supera em mais de três vezes os registros de todo o ano anterior. A gravidade se reflete também no número expressivo de 2.827 óbitos confirmados, além de 2.712 mortes ainda sob investigação.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a taxa de letalidade em casos leves é de 0,06%, enquanto em casos graves, preocupa o índice de 4,83%. A faixa etária mais afetada é a de 20 a 29 anos, seguida pelas faixas de 30 a 39, 40 a 49 e 50 a 59 anos. Crianças menores de um ano e pessoas acima dos 80 anos formam os grupos menos atingidos, com 55% dos casos ocorrendo em mulheres.
Minas Gerais lidera em número absoluto de casos, com 1.431.174 infecções, seguido por São Paulo e Paraná. Considerando o coeficiente de incidência, que representa o número de casos por 100 mil habitantes, o Distrito Federal apresenta o maior índice: 9.037, seguido por Minas Gerais com 6.968. Em contrapartida, estados da região norte e nordeste – como Roraima, Ceará, Sergipe e Maranhão – exibem as menores taxas.
Surto ultrapassou expectativas
O surto de dengue em 2024 superou as expectativas do Ministério da Saúde, que inicialmente havia estimado 4,2 milhões de casos até dezembro. Áreas urbanas com grandes populações, como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, estão entre as mais afetadas. O histórico da doença no Brasil mostra que os surtos de dengue têm se intensificado ao longo dos anos, com 2024 registrando o maior número de casos e mortes já vistos.
Sintomas e fases da doença
Os primeiros sintomas da dengue são febre alta, dores no corpo e atrás dos olhos, vermelhidão na pele e fadiga. Eles se manifestam, em média, cinco dias após a picada do mosquito, período chamado de incubação, e podem durar de dois a sete dias. Nessa fase, classificada como dengue clássica ou dengue sem sinais de alerta, a doença pode ser controlada com hidratação intensa e medicações como dipirona ou paracetamol para aliviar a dor.
Outros sintomas podem surgir na sequência, principalmente quando a febre cessa por volta do quinto dia. Essa é a fase da dengue com sinais de alerta, nome dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) por indicar gravidade do quadro clínico. Nesse momento, é importante ter acompanhamento médico. Na dengue grave, a que mais preocupa, ocorre maior reação inflamatória sistêmica, que altera a coagulação do sangue e acarreta a perda de líquidos. Essa fase geralmente precisa de internação hospitalar.