Brasil confirma primeiro caso de sarampo importado desde 2022

RS registra primeiro caso de sarampo desde 2020; criança de 3 anos chegou não vacinada do Paquistão.

O Rio Grande do Sul registrou o primeiro caso importado de sarampo no Brasil desde junho de 2022. O paciente é um menino de três anos, que chegou ao país vindo do Paquistão em 27 de dezembro de 2023. Este caso, confirmado na quinta-feira (25/1), é também o primeiro registrado no estado desde abril de 2020.

A criança, que não estava vacinada, chegou ao Brasil via São Paulo no dia 26 de dezembro, deslocando-se para o Rio Grande do Sul no dia seguinte. O menino começou a apresentar sintomas como dor abdominal e febre em 2 de janeiro, levando a família a procurar atendimento médico. Hospitalizado e isolado até o dia 15, a infecção por sarampo foi confirmada por exames de sorologia do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Rio Grande do Sul e de biologia molecular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Atualmente, a criança está bem e seus familiares não demonstraram sintomas da doença.

Esse caso acende um alerta para a importância da vacinação. Países como Reino Unido, Estados Unidos, México e Portugal já emitiram alertas devido ao aumento de casos de sarampo. O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) monitora atendimentos de pacientes com sintomas como febre, erupção cutânea, tosse, coriza ou conjuntivite, mas sem identificação de caso suspeito até o momento.

O sarampo, uma doença infecciosa altamente contagiosa e grave, principalmente em crianças menores de 5 anos e pessoas imunodeprimidas, é transmitido ao tossir, espirrar ou falar. A vacina tríplice viral, que previne o sarampo, rubéola e caxumba, é administrada em duas doses, aos 12 e 15 meses de idade. A vacina está disponível nos postos de vacinação para pessoas entre 1 e 59 anos.

A meta de cobertura vacinal do Ministério da Saúde é de 95% da população vacinada. No entanto, atualmente, 86,96% da população recebeu a primeira dose e apenas 62,95% a segunda. A pediatra Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), enfatiza a necessidade de completar o esquema vacinal, especialmente para as crianças. Adultos que perderam o cartão de vacinação e não têm certeza se foram imunizados podem receber uma nova dose sem riscos à saúde.