Nos últimos anos, o Brasil tem passado por transformações notáveis no que diz respeito aos padrões de moradia. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de imóveis alugados no país aumentou, enquanto o percentual de domicílios próprios já pagos apresentou uma queda. Essa tendência é mais pronunciada nas regiões Norte e Nordeste, que se destacam pela quantidade de imóveis quitados.
Aumento no número de imóveis alugados
Os dados divulgados pelo IBGE revelam que o percentual de imóveis alugados no Brasil passou de 18,5% em 2016 para 21,1% em 2022. Isso indica um aumento na preferência das pessoas por morar em imóveis alugados, em vez de possuir uma residência própria. Essa mudança pode ser atribuída a diversos fatores, como a flexibilidade proporcionada pelo aluguel, a busca por mobilidade ou mesmo a dificuldade em adquirir um imóvel.
Queda no percentual de domicílios próprios já pagos
Em contrapartida, o percentual de domicílios próprios já quitados apresentou uma queda durante o mesmo período. Em 2016, 66,7% dos domicílios eram de propriedade dos moradores, sem qualquer tipo de pagamento pendente. Esse número caiu para 63,8% em 2022. Essa redução indica que menos pessoas estão conseguindo quitar suas moradias e que mais brasileiros estão preferindo viver em imóveis alugados.
Diferenças regionais
Ao analisar as regiões do país, é possível observar algumas diferenças significativas nos padrões de moradia. O Centro-Oeste, o Sul e o Nordeste registraram as maiores reduções no percentual de domicílios próprios já pagos. No Centro-Oeste, houve uma queda de 55,3% para 51,5%; no Sul, de 64,6% para 62,4%; e no Nordeste, de 72,4% para 71%.
No entanto, as regiões Norte e Nordeste são as que apresentam as maiores estimativas de domicílios quitados. No Norte, 72,7% dos imóveis são próprios, enquanto no Nordeste esse número é de 71%. Essas regiões ainda possuem uma cultura de compra de imóveis mais arraigada, com uma parcela significativa da população que conseguiu quitar suas moradias.
Distribuição geográfica dos domicílios
A pesquisa também revela a distribuição geográfica dos domicílios no país. O Sudeste lidera com 43,5% do total de domicílios particulares, seguido pelo Nordeste, com 26%. O Sul representa 15% dos domicílios, enquanto o Centro-Oeste e o Norte possuem 7,8% e 7,6%, respectivamente.
No que diz respeito aos tipos de moradia, a maioria dos domicílios no Brasil são casas, correspondendo a 85% do total, enquanto apartamentos representam 14,9%. A região Sudeste apresenta o maior percentual de apartamentos, com 19,7%, enquanto a região Centro-Oeste registrou um aumento significativo na proporção de apartamentos em relação a 2016, passando de 9,6% para 12,2%.
Os dados da PNAD Contínua revelam uma mudança nos padrões de moradia no Brasil, com um aumento no número de pessoas que optam por alugar imóveis e uma queda no percentual de domicílios próprios já quitados. Embora essa tendência seja observada em todo o país, as regiões Norte e Nordeste se destacam pelo maior número de imóveis quitados. Essas informações refletem as transformações sociais e econômicas pelas quais o Brasil está passando, evidenciando a necessidade de se adaptar às novas formas de moradia e às demandas da população.