Brasileiros criam colchão antiescaras para pacientes acamados em hospitais

Estudantes do Inatel criam colchão antiescaras que automatiza a distribuição de pressão para prevenir lesões em pacientes acamados. Descubra mais!

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Uma equipe de estudantes do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) revolucionou o combate às escaras – lesões dolorosas que acometem pacientes acamados devido ao contato prolongado com a superfície. Eles desenvolveram um leito inovador, batizado de “colchão antiescara”, projetado para aliviar a pressão sobre a pele e prevenir a formação dessas feridas debilitantes.

A gênese dessa tecnologia remonta à ideia visionária de Pedro Paulo Silva, médico especialista em terapia intensiva. Em 2022, ele patenteou o conceito e confiou às talentosas estudantes de engenharia biomecânica, Beatriz Scárdua e Thayana Lucero, ambas de 22 anos, a tarefa de materializá-lo.

Inicialmente, o produto foi concebido para funcionar com um macaco eletrônico, o que inviabilizava seu uso em ambientes hospitalares devido aos ruídos. Contudo, as estudantes aprimoraram o design, adaptando-o a um circuito pneumático composto por válvulas e cilindros interconectados, acionados por ar comprimido.

Três blocos fundamentais

O projeto compreende três blocos cruciais. O primeiro é o hardware – a montagem física do colchão antiescara, projetado para suportar até 180 kg, atendendo desde pacientes graves a casos não urgentes. O segundo é o software, um aplicativo desenvolvido pelas estudantes para coletar informações sobre o paciente, como idade, peso, altura e fatores de risco. Esses dados automatizam o ciclo de intervalo no qual o colchão distribui a pressão corporal.

O terceiro bloco é o controle do leito, a interface que conecta o hardware e o software via Bluetooth. Dois conjuntos de colchões – um fixo e outro móvel – alternam-se conforme o intervalo estabelecido pela equipe médica, que pode variar de 5 a 15 minutos, considerando o nível de risco do paciente. Quanto maior a chance de desenvolver escaras, menor é o ciclo de alternância.

Com o protótipo concluído, a próxima etapa é testá-lo em pacientes ao longo de cinco meses e analisar os resultados. Se comprovada sua eficácia, essa tecnologia revolucionária poderá ser implementada em hospitais, proporcionando alívio e conforto a pacientes acamados e reduzindo significativamente o risco de escaras.