Câncer tratado com comprimidos em 15 anos? Especialista da UFBA prevê revolução

A luta contra o câncer pode estar prestes a dar um salto significativo nos próximos 15 anos. O professor Marco Aurélio Salvino, especialista em hematologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e autor do livro “A Hematologia do Futuro”, acredita que a quimioterapia e grandes cirurgias podem se tornar obsoletas, dando lugar a tratamentos mais direcionados e eficazes, como medicamentos em forma de comprimidos.

Salvino compartilhou sua visão sobre três novas gerações de terapias que devem ser desenvolvidas nos próximos anos para combater doenças hematológicas, relacionadas ao sangue. Ele destaca a importância de discutir o futuro desses tratamentos e garantir o acesso igualitário aos medicamentos e terapias para todos os pacientes, tanto na rede pública quanto na privada.

O professor possui vasta experiência em pesquisas clínicas e desenvolvimento de novos medicamentos para doenças onco-hematológicas, como leucemias, linfomas e mielomas. Ele acredita que, em 15 anos, veremos uma grande quantidade de avanços na área, incluindo o uso de inteligência artificial, métodos de diagnóstico de alta precisão, medicina personalizada, imunoterapia, terapia celular e terapia gênica.

As três novas gerações de terapias mencionadas por Salvino incluem terapias-alvo, que atacam a raiz do problema de forma personalizada; imunoterapia combinada com terapia celular, que utiliza o sistema imune do paciente para eliminar o câncer; e terapia gênica, que corrige genes defeituosos, como no caso da doença falciforme.

Salvino espera que essas novas abordagens ofereçam maior eficácia e menos efeitos colaterais em comparação aos tratamentos atuais. Ele enfatiza a necessidade de investir em pesquisa e inovação e discutir modelos de acesso a tratamentos inovadores e de alto custo para garantir que todos os pacientes possam se beneficiar desses avanços.

O professor também destaca a importância da participação da sociedade civil, incluindo associações médicas e de pacientes, para pressionar gestores públicos e privados a investir nessas áreas e promover avanços científicos.

Salvino afirma que, no futuro, a maioria dos medicamentos convencionais desaparecerá e será substituída por terapias-alvo em forma de comprimidos inteligentes, que atacam apenas as células cancerígenas, preservando a qualidade de vida do paciente. Ele espera que isso mude a percepção do câncer como uma doença fatal e ajude as pessoas a enfrentá-lo, curá-lo e controlá-lo, mantendo uma boa qualidade de vida.