Casos de febre Oropouche na Bahia sobem para 851

Bahia registra 851 casos de febre Oropouche. Ilhéus lidera em confirmações, seguido por Gandu e Uruçuca. Autoridades intensificam investigações.

Lauren Bishop/CDC/Divulgação

O número de casos confirmados de Febre Oropouche na Bahia aumentou para 851, conforme dados atualizados na segunda-feira (5). As cidades de Santo Antônio de Jesus, Jaguaripe e Jequié registraram um crescimento significativo nos diagnósticos.

Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), em agosto, a doença foi identificada em 58 municípios baianos, uma cidade a menos em comparação com julho. Ilhéus continua liderando o ranking de casos, com 112 confirmações, seguido por Gandu, com 82, e Uruçuca, com 71. Todas essas cidades estão localizadas no sul da Bahia.

Municípios com casos confirmados:

  • Amélia Rodrigues: 2; Feira de Santana: 1; Conceição do Jacuípe: 1; Jacobina: 1; Itamaraju: 6; Teixeira de Freitas: 1; Porto Seguro: 7; Maragogipe: 3; Cachoeira: 1; Camaçari: 3; Lauro de Freitas: 1; Madre de Deus: 2; Salvador: 16; Santo Amaro: 1; Amargosa: 66; Aratuípe: 2; Castro Alves: 1; Elísio Medrado: 26; Jaguaripe: 46; Jiquiriçá: 2; Laje: 29; Muniz Ferreira: 14; Mutuípe: 23; Nazaré: 2; Presidente Tancredo Neves: 16; Santo Antônio de Jesus: 15; São Felipe: 9; São Miguel das Matas: 6; Teolândia: 43; Ubaíra: 3; Acajutiba: 6; Alagoinhas: 1; Caatiba: 2; Nova Canaã: 1; Cairu: 7; Camamu: 41; Gandu: 82; Igrapiúna: 25; Ituberá: 41; Piraí do Norte: 4; Taperoá: 37; Valença: 14; Wenceslau Guimarães: 3; Aurelino Leal: 3; Buerarema: 1; Camacan: 2; Ibicaraí: 2; Ibirapitanga: 3; Itabuna: 23; Ubatã: 2; Itacaré: 4; Ilhéus: 112; Uruçuca: 71; Una: 1; Itagibá: 3; Itamari: 3; Jequié: 4; Jitaúna: 4.

Os novos casos podem alterar a lista, caso investigações indiquem que a origem seja de outros municípios. A Febre do Oropouche é causada por um vírus transmitido pelo inseto Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Não há registro de transmissão direta entre pessoas, e os sintomas incluem febre, dor de cabeça e dores musculares, semelhantes a outras arboviroses como dengue e chikungunya. Não existe um tratamento específico para a doença, apenas medidas para aliviar os sintomas.

Diante do aumento dos casos, a Secretaria de Saúde intensificou as investigações nas áreas afetadas. Técnicos da Vigilância Epidemiológica estão capturando mosquitos para verificar se estão infectados e compreender melhor o cenário.

Em nota, Márcia São Pedro, diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, ressaltou a importância do uso de roupas compridas e repelentes, além de evitar o acúmulo de lixo e folhas que favorecem a reprodução do vetor. Ela enfatizou a necessidade de buscar uma unidade de saúde ao surgirem os sintomas.

Mortes confirmadas na Bahia

O Ministério da Saúde confirmou as duas primeiras mortes por Febre do Oropouche no mundo, ocorridas na Bahia. Ambas as vítimas eram mulheres do interior do estado, com menos de 30 anos e sem comorbidades, apresentando sintomas semelhantes aos da dengue grave. O primeiro óbito foi registrado em 17 de junho, com uma paciente de 24 anos de Valença. O segundo ocorreu em maio, com uma paciente de 21 anos, divulgado apenas após a confirmação da causa.

Segundo a Sesab, as pacientes apresentaram sintomas como febre alta, dor de cabeça, náuseas, vômito, diarreia, dores nos membros inferiores, dores retroorbitais, dores musculares, fraqueza, cansaço, e sangramentos nasais, gengivais e vaginais.