Segundo um levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica subiu em dez capitais brasileiras no mês de junho, incluindo Salvador. Entre os principais vilões do aumento estão o café em pó, o leite integral, o arroz e a batata.
Quando comparado ao salário mínimo líquido — após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social —, o trabalhador que recebe o piso nacional precisou destinar, em média, 54,31% de sua renda líquida para adquirir a cesta básica em maio de 2024. Em abril, esse percentual era de 54,01%, enquanto em maio de 2023 era de 55,68%, conforme os cálculos do Dieese.
O preço do café em pó subiu em todas as capitais. As variações foram de 0,69% em Belém a 9,66% em Recife. Nos últimos 12 meses, o aumento foi significativo em 12 cidades, com Aracaju (18,92%) e Belo Horizonte (15,23%) liderando. Em cinco outras cidades, a taxa foi negativa, sendo Brasília a mais destacada com uma queda de -4,24%. Problemas como preocupações com os estoques globais de café, a safra no Vietnã e a colheita lenta nas regiões brasileiras contribuíram para o aumento dos preços internos.
O preço da batata subiu em todas as capitais do Centro-Sul pesquisadas, com variações de 17,92% em Goiânia a 44,32% em Campo Grande entre abril e maio. Em 12 meses, o aumento foi expressivo em todas as cidades, com destaque para Campo Grande (122,89%), Florianópolis (108,78%), Belo Horizonte (94,30%) e Rio de Janeiro (93,59%). A alta é atribuída à baixa oferta nacional, pois a safra das águas está terminando e a oferta da safra das secas ainda é pequena.
O preço do leite integral aumentou em 16 das 17 capitais pesquisadas. As variações foram de 0,80% em Salvador a 12,41% em Porto Alegre, com Recife sendo a única exceção, registrando uma queda de -4,01%. Em um período de 12 meses, o preço aumentou 4,58% em Belém, mas caiu em outras cidades, com Recife (-13,75%), Aracaju (-10,58%) e Goiânia (-10,40%) apresentando as maiores quedas. A menor oferta no campo devido à entressafra contribuiu para essa alta.
O arroz teve seu preço aumentado em 15 capitais. As variações foram de 1,05% em Recife a 16,73% em Vitória, com Natal e Goiânia registrando estabilidade. Nos últimos 12 meses, todas as cidades tiveram aumento, com Belo Horizonte (42,43%) e Vitória (41,51%) sendo os destaques. As enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil, reduziram a oferta, elevando os preços mesmo com a importação do grão.
Nas regiões Norte e Nordeste, onde a composição da cesta básica é diferente, os menores valores foram encontrados em Aracaju (R$ 561,96), seguida por Recife e João Pessoa. Em Salvador, o custo da cesta básica em junho foi de R$ 613,22.