A Onda Ghibli que Dividiu a Internet
A inteligência artificial mostrou seu poder criativo e gerou uma nova tendência nas redes sociais: o Studio Ghibli-verso do ChatGPT. De memes fofos a imagens polêmicas, a ferramenta transformou instantaneamente fotos comuns no estilo único de Hayao Miyazaki, provocando reações que vão do encanto ao completo desconforto.
Tudo começou de forma adorável. Usuários transformavam selfies, fotos de família e de pets em ilustrações que pareciam saídas diretamente dos filmes do estúdio japonês. Até o CEO da OpenAI, Sam Altman, entrou na brincadeira, mudando sua foto de perfil para uma versão Miyazaki de si mesmo.
Quando a Diversão Vira Controversa
Rapidamente, a tendência tomou rumos inesperados. Imagens geradas pelo ChatGPT no estilo Ghibli começaram a retratar cenas históricas sensíveis, como o 11 de setembro e o assassinato de JFK. A leveza inicial deu lugar a uma discussão séria sobre os limites éticos da inteligência artificial.
A Visão dos Artistas
O impacto da IA no mundo criativo não passa despercebido. Um grupo de mais de 10 mil profissionais, incluindo nomes como Thom Yorke e Julianne Moore, já manifestou preocupações sobre o uso não autorizado de obras artísticas para treinar modelos de inteligência artificial.
A OpenAI defende sua posição: “Nossa meta é oferecer aos usuários a maior liberdade criativa possível”. A empresa afirma que impede a geração de imagens no estilo de artistas individuais vivos, mas permite estilos de estúdios mais amplos.
O Que Miyazaki Diria?
Em um documentário de 2016, Hayao Miyazaki já demonstrava sua visão crítica sobre tecnologias de inteligência artificial. “Estou completamente enojado”, disse ele ao ver uma demonstração de geração de imagens por IA. Para o mestre da animação, essa tecnologia seria um “insulto à própria vida”.
A tendência do Studio Ghibli-verso no ChatGPT continua a provocar debates. Criatividade ou desrespeito? A resposta parece estar nos olhos de quem vê – ou melhor, de quem cria.