Um ciberataque contra um importante laboratório médico causou sérios transtornos para os maiores hospitais de Londres. Imagine ter uma consulta marcada há semanas e ser forçado a retornar para casa. Ou ainda ser impedido de realizar um simples exame de sangue. Essa foi a realidade enfrentada por pacientes da capital inglesa na semana passada, após um ataque cibernético contra o laboratório Synnovis, que presta serviços para diversos centros médicos locais.
De acordo com informações preliminares, o grupo de cibercriminosos russos Qilin pode estar por trás do ataque, embora não haja nada oficial confirmado. No entanto, o impacto foi tão significativo que o National Health Service (NHS) – equivalente ao SUS brasileiro – lançou uma campanha solicitando doações de sangue dos tipos O+ e O-.
Estoques de sangue ameaçados
O NHS explicou que, devido à interrupção nos sistemas, é mais seguro manter um estoque maior dos tipos sanguíneos mais comuns, que podem ser doados para todos. O sangue tem uma vida útil de apenas 35 dias, tornando necessário o reabastecimento constante dos estoques. Hospitais como o King’s College, Guy’s, St Thomas’, Royal Brompton e Evelina London Children’s foram severamente impactados.
As autoridades destacam a importância das doações de sangue para salvar vidas. Um porta-voz da Synnovis lamentou o incidente, afirmando que “este é um duro lembrete de que este tipo de ataque pode acontecer a qualquer um, a qualquer momento, e que, de forma desanimadora, os indivíduos por trás dele não têm escrúpulos sobre quem as suas ações podem afetar.”
Especialistas cobram medidas
Especialistas ouvidos pela BBC concordam que todas as organizações do setor público deveriam ter planos de contingência para lidar com ataques cibernéticos, além de maiores investimentos em tecnologia da informação. O incidente serve como um alerta sobre a necessidade de preparação e segurança cibernética eficaz, especialmente em áreas críticas como a saúde.