Na última terça-feira (21), a cidade de Jaguarari, situada no norte da Bahia, foi palco de uma intensa atividade sísmica, com 88 tremores de terra registrados em um único dia. Esse número foi divulgado pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Entre esses tremores, oito se destacaram por sua magnitude significativa. O primeiro abalo do dia ocorreu às 9h37 da manhã, atingindo 2.2 na escala de magnitude. Seguiram-se outros dois tremores importantes, com magnitudes de 2.4 e 2.3, respectivamente, por volta das 10h57.
A tarde trouxe ainda mais abalos à região. Às 18h11, um tremor de 2.7mR foi registrado, seguido por outros três, com magnitudes de 2.1, 2.3 e 2.0, ocorrendo até às 18h58. O último tremor significativo do dia aconteceu às 21h40, com uma magnitude de 2.0mR. Segundo informações do Laboratório, esses eventos foram sentidos especialmente por quem estava próximo ao epicentro.
A Bahia já contabiliza 102 tremores de terra em 2024, conforme o balanço da UFRN. O coordenador do Laboratório Sismológico da instituição, Aderson Nascimento, comentou sobre os possíveis fatores contribuintes para essa sismicidade. Ele apontou que, em regiões como Jacobina e Jaguarari, as atividades de mineração podem estar correlacionadas com a ocorrência desses tremores. “Na literatura, é relatado que a sismicidade pode ser provocada pela mineração. Isso é comum de acontecer. Desde que a atividade seja monitorada e a extração respeite os limites, é natural que ocorram abalos, pois a atividade econômica precisa continuar”, explicou Nascimento.
Nascimento também ressaltou que esses tremores não são considerados anormais. Ao contrário do que muitos podem pensar, abalos sísmicos são registrados diariamente em diversas cidades e estados do Brasil. A diferença em relação a outras partes do mundo é que a Bahia está localizada no meio, ou em algumas áreas, na borda da placa tectônica Sul-Americana, o que resulta em tremores geralmente mais fracos.