A situação nos hospitais da Faixa de Gaza atinge níveis críticos, conforme relatos da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em meio ao agravamento do conflito entre Israel e o grupo Hamas, que controla a região, a OMS divulgou que mais de 16 médicos foram vítimas fatais enquanto prestavam serviços essenciais. A escassez de insumos médicos chegou ao ponto de cirurgias, incluindo amputações, serem realizadas sem anestesia.
Christian Lindmeier, porta-voz da OMS, destacou a gravidade da situação, enfatizando a dedicação dos profissionais de saúde que persistem em manter o sistema em funcionamento contra todas as adversidades. Em coletiva de imprensa, Lindmeier detalhou que, apesar das condições desfavoráveis, os médicos encontraram maneiras de continuar a prestar algum nível de atendimento médico.
Ainda assim, a perspectiva é sombria. O Ministério da Saúde de Gaza informou que o exército israelense ordenou a evacuação do Hospital Infantil al-Rantisi, notícia veiculada pelo Al Jazeera, mas que ainda carece de confirmação por parte de Israel. O hospital, reconhecido por ser financiado pelos Estados Unidos e abrigar a única enfermaria de câncer pediátrico da região, enfrenta o dilema de transferir cerca de 70 crianças internadas, muitas das quais em estado instável, além de mil pessoas deslocadas.
Crise humanitária aprofunda-se em Gaza
A crise não se limita ao Hospital al-Rantisi, estendendo-se por diversos centros de saúde e cidades em Gaza. A Sociedade do Crescente Vermelho Palestiniano (PRCS), afiliada à Cruz Vermelha, declarou que Gaza enfrenta sua pior crise humanitária sem o apoio necessário. Com 16 dos 35 hospitais já inoperantes e outros à beira do colapso devido à falta de combustível, a PRCS clama por uma ação internacional para garantir a entrega contínua de ajuda, incluindo combustível, essencial para a sobrevivência dos serviços de saúde.
O Hospital al-Quds, ainda em funcionamento, enfrenta desafios crescentes pela falta de suprimentos e combustível. A situação é ainda mais grave no norte de Gaza, onde o acesso à ajuda humanitária é severamente limitado. “Combustível significa vida agora”, expressa Nebal Farsakh, da PRCS, alertando que o fechamento total dos hospitais é uma questão de horas.