Feira de Santana, Bahia – Uma medida recente está gerando controvérsia e levantando questionamentos sobre a privacidade dos cidadãos em nome do combate à dengue. Seguindo uma determinação do Ministério Público da Bahia (MPBA), os agentes de endemias receberam autorização para entrar em imóveis fechados, abandonados e até mesmo quando o acesso é recusado. A justificativa é a luta contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika.
A entrada nos imóveis deve ocorrer mediante a presença de um chaveiro, a fim de evitar violações. Essa medida excepcional só será adotada quando for considerada essencial para o bloqueio das doenças causadas pelo mosquito e seus criadouros, especialmente em áreas identificadas como potenciais focos transmissores.
É importante ressaltar que os agentes de endemias só poderão acessar o imóvel após esgotarem todas as tentativas de localizar um responsável que possa permitir a entrada. São realizadas duas visitas previamente agendadas, em dias e horários alternados, dentro de um intervalo de dez dias.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana, Carlita Correia, destaca a necessidade da colaboração por parte da população nesse contexto. Ela afirma que é comum encontrar casos em que os moradores dificultam o acesso dos agentes, especialmente em residências com placas de venda ou aluguel. Correia ressalta que esse serviço é essencial para garantir a segurança não apenas dos moradores, mas também das pessoas ao redor.
“É frequente nos depararmos com casos em que os moradores dificultam o trabalho dos agentes de endemias, principalmente em residências com placas de venda ou aluguel. Esses cidadãos precisam entender que esse serviço visa proteger a todos, assegurando a segurança tanto deles quanto das pessoas próximas. As visitas regulares contribuem para o monitoramento, controle e prevenção das arboviroses”, explica a coordenadora.
Nos casos em que o morador não estiver presente durante a visita do agente de endemias, é possível solicitar uma nova visita através do aplicativo Fala Feira ou pelo número 156. Essa iniciativa, disponibilizada pela Prefeitura, visa facilitar o controle da dengue em Feira de Santana, ampliando o acesso às ações de combate ao mosquito transmissor.
Diante desse cenário, a medida levanta questionamentos sobre a privacidade individual e os limites da atuação estatal em prol da saúde pública. É fundamental encontrar um equilíbrio entre a necessidade de combater as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti e o respeito aos direitos individuais.
