O mercado internacional de açúcar tem mantido altos níveis de preços, apesar da instabilidade econômica que afeta o mercado de commodities.
De acordo com Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting, embora os principais contratos da commodity tenham fechado em queda na bolsa de Nova York na última sexta-feira (24), o vencimento de maio de 2023 encerrou uma semana com valorização de 17 pontos, o equivalente a pouco menos de US$ 4 por tonelada. Em reais, os vencimentos de maio, julho, outubro de 2023 e março de 2024 tiveram alta equivalente a R$ 10 por tonelada no mesmo período.
Corrêa destaca a visibilidade dos preços das matérias-primas nos últimos 12 meses, sendo que apenas açúcar e suco de laranja acumulam variações positivas. Ele também ressalta que o cenário macroeconômico atual vem sendo afetado por diversos fatores, incluindo uma nova crise que atinge os bancos pelo mundo, com instituições financeiras decretando falência nos Estados Unidos e a compra do Credit Suisse pelo rival UBS na Europa.
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado o nível atual da Selic, mantido nesta semana pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central em 13,75% ao ano.
Apesar da instabilidade e volatilidade nos mercados, Corrêa chama a atenção para as cotações mantendo-se neste nível. Ele sugere que essa estabilidade pode estar relacionada à demanda por açúcar, que continua forte, principalmente na Ásia e no Oriente Médio. Além disso, as incertezas em relação à safra brasileira também podem estar contribuindo para a manutenção dos preços elevados.