Descoberta de fósseis de preguiça-gigante da Era do Gelo em Minas Gerais

Descoberta inédita: Fósseis de preguiça-gigante da Era do Gelo encontrados em Minas Gerais!

Era do Gelo

Numa descoberta notável, o grupo de pesquisa Espeleogrupo Pains (EPA), ao realizar atividades de campo para a Escola Brasileira de Espeleologia (EBRE) da Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE), encontrou fósseis de uma preguiça-gigante da Era do Gelo na Gruta João Lemos, situada em Pains, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A espécie foi identificada como Catonyx aff. cuvieri, pertencente à família Scelidotheriinae.

Os fósseis deste membro da megafauna pleistocênica foram encontrados no estado permineralizado, o que implica que os elementos biominerais originais dos ossos foram substituídos por calcita, um mineral do meio ambiente. Apesar dessa transformação, cerca de um quarto da estrutura óssea do animal foi recuperada. A coleção de ossos inclui um úmero esquerdo, ossos carpais, falanges, costelas, um crânio fragmentado, vértebras e um osso palmar.

A preguiça-gigante, que habitou a Terra durante o período Pleistoceno e foi extinta no final da última era glacial, era semelhante em tamanho a um novilho de 150 quilos. Possuía um corpo alongado, um crânio de forma tubular, membros curtos e fortes e garras potentes. A movimentação desse animal era distinta, caracterizada como pedolateral, o que significa que pisava na parte externa de suas patas. Além disso, acredita-se que esses animais eram capazes de construir tocas no solo para procriação e proteção.

Devido à falta de ossos pélvicos na coleção de fósseis encontrados, os pesquisadores não foram capazes de determinar o sexo do animal. No entanto, foram capazes de confirmar que o indivíduo era um adulto.

Os fósseis agora passarão por um processo de separação e análise no laboratório do Programa de Pós-graduação em Geografia – Tratamento da Informação Espacial da PUC Minas. Após esta etapa, o material será transferido para a Coleção Paleontológica do Museu de Ciências Naturais da mesma universidade, localizado em Belo Horizonte. A expectativa agora é que a análise mais aprofundada desses fósseis possa fornecer mais insights sobre esta espécie extinta e o ambiente em que ela viveu.