Descoberta liga rajadas rápidas de rádio a estrelas de nêutrons magnéticas

Estudo revela ligação entre rajadas rápidas de rádio e estrelas de nêutrons magnéticas, ressaltando novas evidências sobre a origem dessas explosões cósmicas.

Representação artística 3D de um magnetar. Crédito: orin - Shutterstock

Um estudo recente, publicado na revista Nature, revela novas evidências que conectam as rajadas rápidas de rádio (FRBs) a estrelas de nêutrons magnéticas conhecidas como magnetares. Essas estrelas, após sua morte, geram ventos de partículas extremamente intensos, capazes de formar bolhas de plasma ao seu redor, um gás ionizado em temperaturas elevadas. As FRBs são fenômenos notáveis, emitindo em milissegundos uma quantidade de energia superior à que o Sol libera em três dias.

Desde a detecção da primeira FRB em 2001, cientistas têm enfrentado o desafio de entender a origem dessas explosões. Para aprofundar essa investigação, uma equipe de astrônomos, liderada pelo pesquisador Gabriele Bruni do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália, utilizou o Very Large Telescope (VLT) localizado no deserto do Atacama, no Chile. Eles estudaram a FRB 20201124A, que se encontra a aproximadamente 1,3 bilhão de anos-luz da Terra e demonstrou intensa atividade explosiva nos últimos anos, tornando-se um objeto de estudo apropriado.

A equipe detectou a emissão contínua mais fraca associada a uma FRB até o momento, um achado que endossa a teoria do “modelo nebular”. Esse modelo sugere que o contínuo de rádio é gerado por uma bolha de plasma em torno do motor central da FRB, impulsionada por ventos de partículas do objeto responsável pelas explosões. Apesar do progresso, permanece a dúvida sobre a origem das FRBs que se repetem em comparação com as que não se repetem. Bruni afirmou que a pesquisa continua, com a possibilidade de que todas as FRBs possam teoricamente se repetir, mas apenas as mais intensas são detectadas.

A equipe de pesquisa pretende avançar em suas investigações, utilizando radiotelescópios de próxima geração para analisar mais FRBs e aprimorar o modelo nebular.