Descobertas genéticas e dentárias iluminam a migração única dos nativos americanos

Descubra a origem dos nativos americanos através de tecnologia forense e análises dentárias. Estudo une genética e arqueologia.

migração

Um estudo publicado no American Journal of Biological Anthropology conduzido pelo Grupo de Antropologia Dental do Centro Nacional de Investigação sobre a Evolução Humana (CENIEH), em parceria com a Universidade de Nevada, forneceram novas evidências sobre a migração dos nativos americanos que ocorreu há aproximadamente 16 mil anos. As análises forenses em fósseis de 1.418 indivíduos mostraram que a origem dos povos das Américas é primariamente do leste asiático, com indicações de que formavam uma onda populacional única antes de se espalharem pelas Américas.

Os pesquisadores usaram softwares de análise forense, tradicionalmente empregados para identificar vítimas humanas não reconhecidas, para analisar a ancestralidade e os fósseis advindos de seis localidades diferentes, abrangendo tanto a Ásia quanto as Américas. Os resultados obtidos apontam que entre 10% a 15% das características dentárias analisadas demonstram uma afinidade entre as populações nativas americanas com aquelas do leste da Ásia da mesma época.

Além disso, o estudo sugere que durante a transição pelo Estreito de Bering, esses grupos passaram um período prolongado de cinco a dez mil anos na região da Beríngia antes de migrarem de maneira definitiva para as Américas. Essa região agora submersa sob o mar desempenhou um papel central na travessia dos humanos para o novo mundo, funcionando como uma zona de transição onde adaptações físicas significativas ocorreram devido aos desafios do clima na última Era do Gelo.

O estudo também identificou um vínculo genético entre os nativos americanos e os povos do Ártico, com a afinidade genética diminuindo à medida que há um aumento da distância geográfica. Isso demonstra que houve migrações subsequentes dos povos do Ártico e uma subsequente miscigenação com as populações que já estavam estabelecidas.

Essas informações são cruciais para um entendimento mais abrangente da dispersão humana pelo planeta e revelam a relevância da região da Beríngia na história migratória humana. Os achados reforçam a importância de abordagens interdisciplinares, combinando técnicas de antropologia dentária, genética e arqueologia, no estudo da evolução da humanidade.