Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, anunciou a identificação de seis novos biótipos de depressão, abrindo possibilidades para tratamentos mais personalizados. O estudo utilizou tomografias cerebrais para mapear as diferentes variações da doença, oferecendo um novo olhar sobre o diagnóstico e gerenciamento da depressão.
Variedade de biótipos
Os seis biótipos foram delineados com base em atividades específicas e conectividades cerebrais. O primeiro biótipo é marcado por hiperatividade em regiões cognitivas, associado a maior ansiedade e desregulação de ameaças, respondendo melhor ao antidepressivo venlafaxina. O segundo biótipo mostra elevada conectividade cerebral em áreas ligadas à resolução de problemas, com bons resultados em psicoterapia comportamental.
O terceiro grupo, identificado por menor atividade no circuito de atenção, sugere a necessidade de medicação antes da terapia. Já o quarto biótipo apresenta alta reatividade emocional, afetando mais os cérebros dos participantes diante de estímulos emocionais.
O quinto biótipo tem menor atividade em regiões cognitivas e conectividade emocional reduzida, dificultando a resposta a informações cognitivas e regulação de emoções negativas. Curiosamente, o sexto biótipo não apresentou alterações cerebrais características, sugerindo que aspectos biológicos da depressão ainda precisam ser descobertos.
Implicações e limitações do estudo
Embora promissor, o estudo possui algumas limitações. Apenas 250 pacientes participaram e a maioria não representava um recorte fiel da sociedade, com apenas 2% de negros. Além disso, os tratamentos não foram randomizados com base nos biótipos, investigando apenas uma forma de psicoterapia e três medicamentos.
Os especialistas enfatizam a necessidade de mais pesquisas para validar e aprofundar essas descobertas, apontando um caminho para tratamentos mais eficazes no futuro.