A ideia de que a África é o berço da humanidade tem sido aceita por muitos, mas essa visão pode estar mudando. Segundo a Dra. Katie Spalding, especialista em sistemas dinâmicos e teoria dos números, essa informação é vaga, mas não incorreta. Estudos sugerem que o grupo de primatas que evoluiu para humanos se separou dos chimpanzés há cerca de seis ou sete milhões de anos na África.
Um estudo da Universidade de Oxford, realizado no Sudão em 2022, tenta confirmar essa teoria. No entanto, novas pesquisas indicam que a história da evolução humana pode ser mais complexa. Fossilizados da mesma época foram encontrados na Grécia e nos Bálcãs, sugerindo que os primeiros ancestrais dos humanos podem ter vindo da Europa, desafiando a visão tradicional de que tudo começou na África.
Os primeiros Homo sapiens que evoluíram deixaram a África há cerca de 60 mil anos, encontrando espécies como o Homo erectus na Eurásia. PBS destaca que o Homo erectus migrou pela primeira vez para fora da África há cerca de dois milhões de anos, espalhando-se pela Eurásia. Essas populações deram origem aos neandertais, denisovanos e possivelmente ao Homo floresiensis.
O Museu de História Natural Britânico aponta que há evidências de que Homo sapiens e neandertais interagiram e se reproduziram há pelo menos 220 mil anos. Isso sugere que não há um único “berço da humanidade” e que nossos ancestrais viajavam e se misturavam bastante, criando um genoma moderno único.
Assim, a questão sobre o verdadeiro berço da humanidade permanece. Dependendo do período histórico e das análises, podem ser apontados diferentes locais, como África, Europa ou Ásia. Talvez, a visão mais precisa seja a de um riacho trançado, uma complexa história de migrações e trocas entre várias populações antigas ao longo do tempo e espaço.
