Desenvolvimento inédito de minicérebros humanos 3D pode revolucionar estudos do cérebro

Cientistas criam minicérebros 3D com tecido real, prometendo avanços no estudo de doenças e reações a tratamentos.

Minicérebros

Em um avanço científico notável, pesquisadores alcançaram a criação de minicérebros humanos em laboratório a partir de tecido cerebral humano real. A pesquisa, empregando amostras de tecido cerebral fetal, representa um passo significativo para a compreensão mais profunda do funcionamento cerebral, suas doenças e respostas a tratamentos.

Os investigadores responsáveis pelo estudo coletaram células de tecidos de fetos com idades gestacionais entre 12 e 15 semanas. Estas células foram cultivadas separadamente, recebendo um coquetel de nutrientes estimulantes do crescimento. Durante o período de cultivo, as amostras foram submetidas a um agitamento constante para que todas as células tivessem acesso equitativo aos nutrientes necessários, o que favoreceu o desenvolvimento celular.

Nos primeiros dias do experimento, já se observava a formação de estruturas tridimensionais organizadas, que, com o amadurecimento ao longo de seis meses, adquiriram semelhanças com o tecido cerebral humano. A diversidade de células presente nesses organoides, incluindo tipos celulares típicos e células-tronco, permitiu a produção endógena de proteínas que contribuíram para a auto-organização estrutural.

Estes modelos biológicos, que atingem o tamanho de um grão de arroz, oferecem uma nova perspectiva sobre a diferenciação celular e a morfogênese do tecido cerebral. Além disso, servem como instrumentos valiosos para o estudo de distúrbios neurológicos e para o teste de novas abordagens terapêuticas, incluindo a investigação de tumores cerebrais e o desenvolvimento de tratamentos contra o câncer.

O potencial futuro dessa linha de pesquisa inclui a observação de como diferentes estágios do desenvolvimento fetal, bem como variações patológicas, podem influenciar a formação do cérebro. Isso pode, por sua vez, trazer novas luzes para o entendimento de doenças neurológicas e a mortalidade infantil associada a condições do sistema nervoso.

A pesquisa em organoides cerebrais emerge como uma ferramenta promissora para adentrar os mistérios do cérebro humano e suas complexidades, marcando um progresso significativo na neurociência e na medicina regenerativa.