A aurora boreal, fenômeno caracterizado pelo espetáculo luminoso nos céus de regiões polares, é tradicionalmente conhecida por suas nuances em verde e azul. Ocorre pela colisão de partículas do vento solar, predominantemente elétrons, com gases presentes na atmosfera terrestre, como o oxigênio e o nitrogênio.
As cores visíveis durante o fenômeno dependem do tipo de gás e da altitude em que as colisões ocorrem. O oxigênio em altas camadas da atmosfera pode produzir luz verde e, em algumas situações, vermelha, enquanto reações com o nitrogênio resultam em tonalidades de azul, violeta e, eventualmente, rosa. Todavia, a tonalidade de laranja, por vezes reportada por observadores, não se origina diretamente desses processos.
A percepção da cor laranja pode ser explicada por uma combinação de fatores humanos e tecnológicos. A visão humana é complexa e varia de acordo com a luz disponível, adaptação visual à obscuridade e expectativas psicológicas. Dessa forma, a cor laranja pode se apresentar nos céus como resultado de uma mistura de cores da aurora boreal, ou mesmo como um efeito subjetivo da percepção visual.
Adicionalmente, o papel das câmeras e da tecnologia fotográfica deve ser considerado. Os dispositivos de captura de imagem podem intensificar cores para destacar detalhes, o que pode resultar numa representação com maior ênfase na tonalidade laranja. Portanto, imagens e vídeos podem não refletir a realidade do espectro visual humano no momento da observação.
Em suma, apesar da curiosidade em torno da aurora boreal laranja, a ciência esclarece que essa tonalidade não é uma característica intrínseca do fenômeno, mas sim uma realidade percebida, que emerge das complexas interações entre a luz da aurora, nossa visão e a tecnologia de imagem. Desse modo, o esplendor das auroras boreais continua a maravilhar, indo além do que é comprovadamente seen pelas ciências atmosféricas.