No congresso AAIC (Alzheimer’s Association International Conference) deste ano, pesquisadores apresentaram novas diretrizes para o diagnóstico do Alzheimer, destacando a importância dos biomarcadores obtidos por meio de exames de sangue. Essa abordagem promete possibilitar um diagnóstico mais precoce e acessível, reduzindo a necessidade de testes invasivos e onerosos.
O potencial do exame de sangue
Os cientistas enfatizaram que o exame de sangue para Alzheimer é uma alternativa relativamente barata, que pode ser realizado em diferentes configurações e oferece uma experiência menos estressante para os pacientes. Ao definir o Alzheimer biologicamente, baseando-se na concentração de proteínas como a beta-amiloide e a tau, as novas diretrizes buscam atualizar a detecção da doença com base nas evidências mais recentes. Isso permite um diagnóstico mais fácil e precoce, abrindo as portas para tratamentos mais eficazes.
Disponibilidade ampliada
Até então, apenas pacientes com acesso a centros de tratamento especializados conseguiam realizar exames de sangue para o Alzheimer. No entanto, os pesquisadores almejam mudar essa realidade, tornando esse método de diagnóstico amplamente disponível. Isso é particularmente relevante para aqueles que apresentam os primeiros sinais de comprometimento cognitivo, já que a confirmação por meio de um simples exame de sangue pode permitir o início do tratamento antes que a doença cause danos graves ao cérebro.
Avanços no Brasil e no mundo
No Brasil, o teste para diagnóstico de Alzheimer a partir de amostras de sangue chegou ao país no ano passado. Disponível em algumas unidades de laboratórios particulares, esse exame representa um passo significativo no diagnóstico precoce da doença. Além disso, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e autoridades de saúde do estado estão realizando uma pesquisa pioneira focada no diagnóstico precoce do Alzheimer no sangue.
Além disso, um estudo recente publicado na revista Brain revelou um teste de sangue capaz de diagnosticar o Alzheimer até 3,5 anos antes dos primeiros sintomas. Embora essa descoberta ainda seja preliminar e necessite de mais testes, representa um avanço promissor na detecção precoce da doença.