Nesta sexta-feira (12/4), o dólar exibiu uma significativa valorização no início do pregão, com uma cotação inicial de R$ 5,11, representando um aumento de 0,58%. À medida que o relógio marcava 10 horas, o valor da moeda americana já alcançava R$ 5,12, com tendência de alta contínua. Paralelamente, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, apresentava um comportamento oscilante, abrindo em queda de 0,19% e posteriormente revertendo para uma leve alta de 0,04%.
A tendência de alta do dólar pode ser atribuída às expectativas do mercado quanto à política de juros do Federal Reserve, o banco central americano. Com a taxa de juros nos EUA mantida entre 5,25% e 5,50%, há um aumento na atratividade dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, o que, por sua vez, desestimula investimentos em renda variável e pressiona o valor do dólar para cima.
Este comportamento do dólar foi especialmente influenciado por dados recentes sobre a inflação nos Estados Unidos, que em março apresentou uma alta de 0,4%, acima das previsões de 0,3%. Esse indicador sugere que o Federal Reserve pode manter os juros elevados por um período mais extenso do que o inicialmente esperado, reforçando a valorização da moeda americana.
Além disso, a situação internacional também pesa sobre o mercado financeiro, com possíveis impactos de um recrudescimento das tensões entre Israel e o Hamas no Oriente Médio. No Brasil, o cenário é de cautela, conforme observa Eduardo Rahal, analista chefe da Levante Inside Corp. Ele aponta que a força do dólar e a expectativa de manutenção dos juros altos nos EUA têm desapontado investidores, especialmente os de mercados emergentes, e podem complicar o ritmo de redução dos juros no país.
O mercado segue atento, e o dólar continua sua trajetória ascendente, aproximando-se de R$ 5,15, em um cenário onde a aversão ao risco se torna um componente cada vez mais significativo nas decisões de investimento.