Dólar fecha a R$ 5,60 devido a apagão cibernético e eleições nos EUA

Dólar atinge R$ 5,60 com impactos de um apagão cibernético global e tensões eleitorais nos EUA, após iniciar o dia em queda.

Em um dia de forte tensão nos mercados globais, o dólar superou a marca de R$ 5,60, após ter começado a jornada em queda. A bolsa de valores brasileira encerrou o dia estável, mas registra uma queda acumulada de 1% na semana.

O dólar comercial fechou a sexta-feira (19) cotado a R$ 5,604, uma alta de R$ 0,017 (+0,3%). A moeda norte-americana iniciou o dia em baixa, sendo vendida a R$ 5,52, após o anúncio antecipado do congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento de 2024. Contudo, reverteu a tendência e passou a subir ao longo da tarde, impactada pelo cenário externo.

Nos últimos três dias, a alta acumulada do dólar foi de R$ 0,17. Em julho, a moeda norte-americana já registra um aumento de 0,29%. No acumulado de 2024, o dólar apresenta uma valorização de 15,47%.

O mercado de ações também vivenciou um dia volátil. O índice Ibovespa, da B3, fechou em leve recuo de 0,03%, aos 127.626 pontos. O índice teve alta pela manhã, mas perdeu força durante a tarde, influenciado pelo cenário internacional.

O anúncio do congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento de 2024 foi inicialmente bem recebido pelo mercado, que esperava uma suspensão de gastos abaixo de R$ 10 bilhões. Esse alívio, entretanto, foi ofuscado por fatores externos que impactaram negativamente o desempenho do mercado financeiro.

Dois eventos globais se destacaram. Primeiro, um apagão cibernético afetou instituições financeiras, companhias aéreas, hospitais e emissoras de TV ao redor do mundo. A falha foi causada por um problema no sistema de segurança da CrowdStrike, interrompendo o funcionamento de computadores que utilizam sistemas da Microsoft.

O segundo evento foi o cenário eleitoral nos Estados Unidos, marcado pelo primeiro discurso do ex-presidente Donald Trump após aceitar a candidatura pelo Partido Republicano. A promessa de Trump de cortes de impostos resultou no aumento das taxas de longo prazo dos títulos do Tesouro norte-americano, o que levou investidores a retirar capitais de países emergentes em favor de economias avançadas.