Educadamente mais eficaz: Por que chatbots respondem melhor a pedidos gentis, revela estudo

"Tratar chatbots com educação melhora seu desempenho, revela estudo."

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Pedir algo com educação e gentileza é um princípio básico das boas maneiras que nos é ensinado desde a infância. Incansavelmente, aplicamos essa regra em nossas interações humanas, mas poderíamos imaginar que até os chatbots, assistidos por Inteligência Artificial (IA), se mostram mais cooperativos quando abordados com cortesia? Pesquisas recentes apontam que sim, tratá-los com educação realmente melhora o seu desempenho.

O tema ganhou destaque em fóruns online, como o Reddit, onde usuários compartilham suas experiências positivas ao tratar chatbots de maneira educada. Interessados nessa peculiaridade, pesquisadores da Microsoft, da Universidade de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências investigaram o fenômeno e confirmaram: modelos generativos de IA respondem melhor quando as solicitações transmitem um certo grau de urgência ou importância.

Um experimento revelou que pedidos expressos com “É crucial que eu seja entendido” ou “Isso é muito importante para minha carreira” obtiveram respostas superiores do conhecido ChatGPT. Esse estudo se soma a outros, incluindo o trabalho da startup de IA Anthropic, que conseguiu mitigar respostas preconceituosas de seu chatbot Claude simplesmente ao pedir “realmente, realmente, realmente” para que ele evitasse comportamentos discriminatórios. Inusitadamente, houve até um relato de um usuário prometendo recompensa monetária ao robô para receber um melhor desempenho.

Estas interações chamadas de ‘instruções emotivas’ provocam uma discussão acalorada sobre a percepção de humanidade e emoção em chatbots que, na realidade, não possuem sentimentos. São meramente sistemas estatísticos que preveem possíveis respostas baseados em grandes quantidades de dados. Nouha Dziri, pesquisadora do Instituto Allen de IA, sugere que a eficácia dessas interações educadas está relacionada ao treinamento desses modelos. Eles são desenhados para maximizar a probabilidade de sequências de texto comuns e, por isso, uma abordagem polida pode alinhar-se ao padrão de conformidade no qual foram treinados.

Essa descoberta ressalta a importância do prompt, o comando de texto fornecido para que o chatbot execute uma tarefa, no desempenho da IA. Dziri exprime uma aspiração de evolução na área, visando modelos que compreendam solicitações de forma mais natural e fluida, similar ao entendimento humano, sem depender de motivações específicas promovidas por ‘instruções emotivas’.

O estudo, além de revelar um aspecto curioso da interação com chatbots, abre portas para reflexões mais profundas sobre como humanos e máquinas podem se comunicar de maneira cada vez mais eficaz e natural no futuro.