El Niño e La Niña estão ligados ao aumento de casos de dengue no Brasil

Estudo relaciona fenômenos climáticos ao aumento de casos de dengue no SUS.

Imagem: mycteria/Shutterstock

Um estudo realizado por pesquisadores da Fiocruz e do Procam (USP) evidenciou que os fenômenos climáticos El Niño e La Niña estão associados ao crescimento dos casos de dengue notificados no Sistema Único de Saúde (SUS). Ambos os fenômenos, embora naturais, têm sua intensidade exacerbada pelas mudanças climáticas, afetando a quantidade de chuvas e temperaturas, elementos que favorecem a disseminação da doença.

Impacto dos Fenômenos Climáticos

O professor Pedro Luiz Côrtes, da USP, esclarece que o El Niño resulta em chuvas e temperaturas mais elevadas no Sul e Sudeste, enquanto o La Niña provoca uma diminuição dessas condições nessas regiões e um aumento no Norte e Nordeste. A análise dos dados do SUS revelou que os casos de dengue tendem a aumentar durante os períodos de El Niño, em razão do incremento nas chuvas e calor.

Importância da Prevenção

Essa situação climática, acentuada pela ação humana, cria um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue. O professor também enfatiza a relevância de políticas públicas de prevenção mais robustas, citando que os atuais padrões climáticos podem trazer recordações do aumento de casos observado em 2013.

Quanto à vacina, Côrtes alertou que, apesar do Instituto Butantan ter solicitado seu registro, a Anvisa ainda está avaliando o pedido, e esse processo pode demorar. Assim, métodos tradicionais de prevenção permanecem como as melhores alternativas para controlar surtos da doença.