Empresa de implantes cerebrais de Elon Musk pode ser investigada por risco biológico

O Comitê de Médicos de Medicina Responsável (PCRM), que inspeciona a ética na área da saúde, anunciou que irá solicitar uma investigação contra a Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, que está criando um chip cerebral que promete unir a mente humana a computadores. O objetivo é ajudar pessoas com paralisia a andar novamente e ainda tratar outras doenças neurológicas. 

A companhia pode ter transportado agentes patogênicos perigosos, com alto risco biológico, de acordo com a instituição. A agência de notícias Reuters informou que o PCRM explicou ao Departamento de Transportes dos EUA (DOT) que teve acesso a papéis que indicam o tratamento inseguro de implantes removidos dos cérebros de macacos. Esses aparelhos podem ter espalhado doenças contagiosas, violando a lei federal norte-americana.   

Os registros demonstram que houve casos de estafilococos, patógeno que não responde a antibióticos, e vírus do herpes tipo B, sendo transportados sem as medidas de contenção necessárias. Esses microrganismos podem, conforme o grupo, causar graves problemas de saúde em humanos, como infecções na corrente sanguínea, pneumonia e danos cerebrais graves. 

“O histórico documentado da empresa de práticas de laboratório desleixadas e inseguras obriga o DOT a investigar e cobrar multas apropriadas.” relatou o PCRM no pedido.

Os novos documentos se somam à outra investigação já em andamento contra a companhia.

A empresa está sendo investigada pelo governo desde o ano passado por violações da Lei de Bem-Estar Animal. Funcionários revelaram que os testes em animais estavam sendo acelerados, causando sofrimento e mortes desnecessárias.

A empresa matou, ao todo, cerca de 1.500 animais, incluindo mais de 280 ovelhas, porcos e macacos, após experimentos que ocorrem desde 2018, conforme registros analisados pela Reuters.  

Apesar do número total de mortes de animais não indicar, necessariamente, que a Neuralink esteja violando regulamentos ou práticas de pesquisa padrão, relatos de ex-funcionários e conflitos entre especialistas da área colocam o projeto de “chip cerebral” em dúvida.