Já sentiu aquela vontade incontrolável de espirrar ao sair do escurinho e encarar o sol de frente? Calma, você não é ET! Essa reação tem até nome: reflexo fótico do espirro, ou síndrome ACHOO, para os íntimos da ciência.
Mas, afinal, o que rola no nosso corpo para isso acontecer? E por que algumas pessoas são mais suscetíveis a essa “crise de espirro solar”? Acompanhe este artigo e descubra os segredos por trás desse fenômeno curioso!
O que é o reflexo fótico do espirro?
O reflexo fótico do espirro é aquela sequência de espirros que surge quando somos atingidos por uma luz forte, especialmente a do sol. A galera que tem essa condição geralmente percebe a “crise” ao sair de um lugar escuro para um ambiente super iluminado.
E não pense que é só um espirrinho, viu? Às vezes, são vários seguidos, tipo uma metralhadora de “atchim”! Mas fique sabendo que outras luzes fortes, como flashes de câmeras, também podem provocar a mesma reação, embora o sol seja o campeão.
Acredita-se que entre 18% e 35% da população mundial sofra desse reflexo. Apesar de ser algo inofensivo, esse fenômeno mostra como o sistema visual e o respiratório estão interligados.
Por que isso acontece?
A teoria mais aceita é que rola um “cruzamento de informações” entre o nervo óptico (que leva as informações da visão para o cérebro) e o nervo trigêmeo (responsável pelas sensações faciais e pelo controle do espirro). Em quem tem esse reflexo, a luz estimula demais o nervo óptico, que acaba ativando o nervo trigêmeo sem querer.
O cérebro interpreta esse “curto-circuito” como se fosse uma irritação no nariz e manda um espirro para resolver a situação. Outra explicação é que essa ligação entre os nervos aumenta a sensibilidade perto do nariz, facilitando ainda mais o espirro.
E tem mais! Pesquisas recentes apontam que algumas pessoas têm uma sensibilidade maior no córtex visual, a área do cérebro que processa as imagens. A luz intensa pode ativar outras áreas cerebrais ligadas ao espirro, causando a reação.
O reflexo tem base genética?
Sim! O reflexo fótico do espirro passa de pai para filho, seguindo um padrão genético dominante. Se um dos pais tem, a chance de o filho ter também é grande. Por isso, é comum ver várias pessoas da mesma família com essa característica.
Estudos genéticos já mostraram uma ligação com uma possível alteração no cromossomo 2. Mesmo que o gene específico ainda não tenha sido totalmente descoberto, essa descoberta reforça a ideia de que o reflexo é hereditário.
Um fenômeno observado há séculos
A curiosidade sobre o espirro causado pelo sol não é de hoje. Lá no século IV a.C., o filósofo Aristóteles já se perguntava por que isso acontecia. Bem mais tarde, no século XVII, Francis Bacon notou que o espirro não rolava de olhos fechados, mostrando que a luz nos olhos era fundamental.
Hoje, apesar das ideias antigas não serem totalmente corretas, sabemos que os olhos são mesmo o ponto de partida desse reflexo.