Em resposta ao aumento de casos de dengue no Brasil, que registrou mais de 260 mil infectados e 29 mortes somente em 2024, diversos estados e cidades anunciaram estado de emergência. A situação, que representa um crescimento de 300% em comparação ao mesmo período do ano anterior, levou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a discutir medidas de combate à doença com governadores. Simultaneamente, o presidente Lula se reuniu com Thedros Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), para fortalecer a luta contra o mosquito transmissor.
Entre as regiões que declararam emergência estão o Acre, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, algumas cidades do Mato Grosso do Sul, e a cidade do Rio de Janeiro. Essa medida visa agilizar a implementação de estratégias e a alocação de recursos para combater a epidemia.
Um ponto crítico na agenda de combate à dengue é a incorporação da vacina Qdenga, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda e aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Essa vacina, agora parte do Programa Nacional de Imunizações, começará a ser distribuída a 521 municípios identificados como prioritários pelo Ministério da Saúde. As regiões selecionadas são consideradas endêmicas para a doença, e a vacinação se concentrará em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, grupo etário com alta taxa de hospitalizações por dengue, superado apenas pelos idosos.
Além do foco na dengue, a visita do diretor-geral da OMS ao Brasil marca o lançamento de um plano de eliminação de outras doenças significativas, como tuberculose, malária e Aids. No entanto, a expectativa é que a dengue ocupe um lugar de destaque nas discussões, dada a urgência imposta pelo atual cenário.