Estudo conecta relâmpagos a fenômenos espaciais de elétrons

Pesquisa sugere que relâmpagos da Terra liberam "elétrons assassinos", conectando clima terrestre ao espaço.

Conceito artístico mostrando como linhas de campo magnético em torno da Terra(em azul) podem prender partículas carregadas (em amarelo). Crédito: UCLA EPSS /NASA SVS

A nova pesquisa da Universidade do Colorado explora a relação entre relâmpagos e a liberação de elétrons de alta energia, conhecidos como “elétrons assassinos”. O estudo, veiculado na revista Nature Communications, indica que esses eventos atmosféricos podem desencadear um processo que se assemelha a um “pinball cósmico”, onde elétrons são expulsos para o espaço.

A descoberta foi feita enquanto os cientistas avaliavam dados de satélites, que mostravam a atividade dos elétrons no cinturão de radiação interno da Terra, uma região protegida pela magnetosfera. Esses elétrons, com potencial para causar danos significativos a satélites e astronautas, ressaltam a necessidade de entender melhor o impacto das condições espaciais na saúde humana.

O pesquisador principal, Max Feinland, liderou uma equipe que encontrou relações complexas entre os climas terrestre e espacial, que poderiam ser mais intricadas do que anteriormente imaginado.

Os cinturões de Van Allen, que retêm partículas energéticas, desempenham um papel crucial nesse contexto. Até recentemente, havia conhecimento apenas sobre a precipitação de partículas de baixa energia, mas agora, há evidências claras de que elétrons de alta energia também efetuam isso. O fenômeno acontece quando relâmpagos geram ondas de rádio que se conectam aos cinturões, resultando na “precipitação de elétrons induzida por raios”.

Analisando dados do satélite SAMPEX, a equipe observou que surtos de elétrons acontecem cerca de um segundo após relâmpagos registrados na América do Norte. Esta dinâmica é parecida com um “jogo de pinball cósmico”, com elétrons rapidamente se deslocando entre os hemisférios da Terra, ainda que por curtos períodos.

A frequência com que essas chuvas de elétrons acontecem, especialmente em ligação com períodos de alta atividade solar, continua sendo objeto de investigação.