Uma recente publicação veiculada na Nature Communications traz à tona uma descoberta potencialmente transformadora no campo da astrofísica e da física de partículas. Cientistas apresentam evidências que apontam para a existência de um novo estado da matéria, previamente não observado, no interior de estrelas de nêutrons.
Os elementos que compõem o núcleo desta investigação concentram-se na hipótese de que, em condições extremas de densidade e gravidade, como as encontradas em estrelas de nêutrons, os quarks poderiam se desvincular das partículas compostas – prótons e nêutrons -, gerando assim um agregado de matéria anteriormente desconhecido.
A familiaridade com os quarks, em contextos terrestres, até o presente momento sempre foi associada à sua existência como elementos confinados. Contudo, num cenário astrofísico onde estrelas de nêutrons exibem massas superiores ao dobro da massa solar, a probabilidade de haver uma formação de matéria quark alcança faixas entre 80 e 90 por cento, conforme as investigações apontam.
A abordagem metodológica dos pesquisadores contornou as limitações inerentes à impossibilidade de realização de experimentos diretos com estrelas de nêutrons. Por meio de análises estatísticas bayesianas, eles deduziram cenários plausíveis a partir da observação de padrões relacionados às massas e volumes destes astros.
Os desdobramentos desse estudo podem ser paradigmáticos, proporcionando um avanço significativo na compreensão da estrutura das estrelas de nêutrons e das transições de fases entre os estados de matéria dentro destes objetos celestes. Consequentemente, espera-se que a acumulação de dados adicionais enriqueça e refine o discernimento científico desses fenômenos, permitindo a formulação e solidificação de teorias astrofísicas mais robustas e esclarecedoras.