Um novo estudo sobre os efeitos a longo prazo da Covid-19 revela um preocupante agravamento das sequelas pulmonares em pacientes que sofreram casos graves da doença. A pesquisa, realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, acompanhou 237 indivíduos que foram entubados e sobreviveram à infecção desde 2020, com os resultados sendo publicados no periódico científico The Lancet Regional Health.
Os achados mostram que, mesmo após a recuperação inicial, os pulmões desses pacientes podem desenvolver fibrose pulmonar, uma condição caracterizada pelo enrijecimento e cicatrização do tecido pulmonar. Essa complicação pode ter diversas causas, como a inalação de poeiras nocivas, mas no contexto da Covid-19, parece ser particularmente prevalente.
Desafios no tratamento
Segundo Carlos Roberto Ribeiro de Carvalho, autor do estudo, a situação é alarmante, pois quando a fibrose pulmonar atinge estágios avançados, as opções de tratamento são limitadas e onerosas. As alternativas incluem o uso de medicamentos de alto custo ou, em casos extremos, a necessidade de um transplante de pulmão.
O estudo continua em andamento, com novos achados a serem divulgados em breve. Espera-se que esses insights ajudem a compreender melhor as sequelas da Covid-19 e possam embasar o desenvolvimento de novos protocolos de tratamento voltados para essa condição debilitante.