Um estudo recente realizado por cientistas da Universidade de Nebraska, Estados Unidos, trouxe à tona uma preocupação significativa relacionada ao uso de cigarros eletrônicos, conhecidos popularmente como vapes, entre os adolescentes. Os resultados mostraram a presença de metais pesados, como chumbo e urânio, na urina de jovens que utilizam estes dispositivos.
Os participantes do estudo, adolescentes entre 13 e 17 anos, foram divididos em três grupos para melhor comparação dos dados: usuários ocasionais de vape (aqueles que usam até uma vez por dia), usuários intermitentes (até oito vezes por dia) e usuários frequentes (mais de 27 vezes por dia). A pesquisa revelou que a frequência com que os adolescentes utilizam o vape está diretamente relacionada ao aumento da concentração desses metais no corpo.
Análise dos resultados
Jovens que usam o vape mais frequentemente apresentaram 30% mais chumbo e até o dobro de urânio em suas urinas em comparação com os que não usam com tanta regularidade. Nota-se que os usuários frequentes e intermitentes exibiram quantidades significativamente maiores de chumbo, enquanto a utilizações mais frequentes também estão correlacionadas com maiores níveis de urânio, sendo exacerbados pelo uso de vapes com sabores adocicados.
Impactos potenciais para a saúde
O estudo, que foi publicado na renomada revista científica BMJ, salienta a preocupação dos especialistas com as possíveis consequências dessa exposição a metais pesados. Os cientistas alertam que tal exposição pode ser prejudicial ao desenvolvimento cerebral e dos órgãos nos jovens, além de propiciar riscos adicionais como problemas cardíacos e outros efeitos adversos para a saúde.
Esta pesquisa é um importante lembrete dos riscos inerentes ao uso de cigarros eletrônicos, especialmente entre os adolescentes, e reforça a necessidade de um escrutínio mais rigoroso e regulamentações sobre estes produtos para proteger a saúde dos jovens.