Um novo estudo publicado na revista Scientific Reports nesta terça-feira (3) revela que Ganimedes, a maior lua de Júpiter e do Sistema Solar, pode ter sofrido um impacto colossal há aproximadamente quatro bilhões de anos. A pesquisa apresenta evidências de uma cratera no lado oposto da lua, resultante da colisão com um asteroide de cerca de 150 km de raio.
Esse asteroide, que é 20 vezes maior do que o que causou a extinção dos dinossauros, gerou uma cratera transitória com raio de pelo menos 700 km, considerada fundamental para a formação de um oceano sob a espessa camada de gelo e rocha que compõe Ganimedes.
De acordo com Naoyuki Hirata, planetólogo da Universidade de Kobe, a força do impacto foi tão intensa que alterou o eixo de rotação de Ganimedes, influenciando sua estrutura interna. A cratera representa 25% do tamanho da lua e a reorientação poderia ter gerado aquecimento interno, possivelmente associado ao oceano subterrâneo.
Simulações realizadas pela equipe de Hirata demonstram que a magnitude do impacto foi suficiente para reorientar Ganimedes em sua posição atual. Apesar das novas descobertas, muitas perguntas ainda permanecem sem resposta. A missão JUICE da Agência Espacial Europeia, programada para chegar a Júpiter em 2031, poderá ajudar a elucidar esses mistérios.