Você já ouviu o dizer de que as canções de hoje não são o que costumavam ser? Pois bem, um novo estudo científico, divulgado na revista Scientific Reports, pode ter provas disso. A pesquisa indicou uma simplificação e repetição nas letras das músicas modernas, comparadas às de décadas passadas.
Para chegar a essa observação, os pesquisadores mergulharam em uma análise de mais de 12 mil músicas em inglês, lançadas entre 1980 e 2020. Essas canções, que variam entre rap, country, pop, R&B e rock, foram examinadas com atenção aos seus conteúdos líricos.
Um dos insights interessantes é que os artistas contemporâneos tendem a escolher palavras mais simples e a repetir trechos das músicas, especialmente os refrões, com mais frequência.
Eva Zangerle, uma das líderes do estudo e especialista na Universidade de Innsbruck, na Áustria, apontou que as canções atuais grudam mais na mente das pessoas. Isso seria devido à facilidade de memorizar letras mais simples e repetitivas. Curiosamente, ela destacou Bob Dylan como um exemplo de criatividade e autenticidade de tempos anteriores, chegando a notar uma diferença significativa na produção de conteúdos líricos ao longo do tempo.
Apesar de o estudo focar apenas em músicas de língua inglesa, muitos acreditam que essa tendência possa ser observada mundialmente, inclusive no Brasil. Não é difícil notar semelhanças, por exemplo, entre as letras populares em festas de Carnaval ou no universo do funk, onde a repetição e simplicidade também prevalecem.
Essa pesquisa nos faz refletir sobre a evolução da música e como suas composições têm se transformado. E, talvez, também revele um pouco sobre nossas próprias preferências de escuta ao longo dos anos.
