Estudo revela que pessoas noturnas podem ter vantagens cognitivas

Pesquisa do Imperial College London sugere que ser noturno pode favorecer a função cerebral.

Imagem: rookie idea/Shutterstock

Conforme novas descobertas da ciência, a ideia de que acordar cedo é sinônimo de saúde pode não ser tão absoluta. Pesquisadores do Imperial College London (ICL) revelaram que indivíduos com hábitos noturnos apresentam uma função cerebral significativamente melhor em comparação com aqueles que acordam cedo.

O estudo, liderado por Raha West do Departamento de Cirurgia e Câncer da ICL, analisou o desempenho cognitivo de adultos mais ativos durante a noite, conhecidos como vespertinos, e constatou que eles superam os matutinos em testes cognitivos. “Em vez de serem apenas preferências pessoais, estes cronótipos podem impactar a nossa capacidade cognitiva”, afirmou West.

Tradicionalmente, estudos anteriores associaram o estilo de vida noturno a resultados negativos para a saúde, como maior risco de diabetes tipo 2, doenças cardíacas e até uma chance 10% maior de morte precoce em comparação com pessoas que acordam cedo. Além disso, pessoas noturnas são frequentemente ligadas a uma maior incidência de distúrbios psicológicos e neurológicos.

No entanto, as novas descobertas sugerem que a quantidade ideal de sono pode ser um fator crucial para o funcionamento do cérebro. Pesquisadores observaram que entre sete e nove horas de sono são ideais para a memória e a velocidade de processamento de informações, enquanto mais de nove horas de sono podem resultar em um desempenho cognitivo inferior.

Outro resultado interessante do estudo indicou que aqueles que relataram sofrer de insônia não apresentaram uma queda significativa na função cerebral, apesar do sono insatisfatório. Contudo, os cientistas ressaltam que esses achados requerem mais investigação, pois não consideram a duração ou a gravidade da insônia.

Assim, as pessoas noturnas podem ter encontrado um argumento forte a seu favor: ficar acordado até tarde pode ser benéfico para o desempenho cerebral, desde que se alcance a quantidade adequada de sono.