Ficar mais de 30 dias sem sexo pode ser prejudicial à saúde, conforme revelou a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da USP. Segundo Abdo, essa situação afeta principalmente aqueles que são sexualmente ativos e sentem prazer em suas relações. Para quem não sente falta do sexo, no entanto, não há motivos para preocupação.
Entre os sintomas observados devido à falta de sexo estão o mal-estar, a angústia e o desconforto, conforme afirmou a psiquiatra ao jornal Extra. “O problema surge quando a pessoa quer manter relações sexuais, mas, por diversos motivos como falta de oportunidade, um local adequado ou um parceiro, não consegue. Isso gera um sentimento de vazio e um desejo descontrolado, levando a consequências negativas”, explicou Abdo.
De acordo com a especialista, esse “sofrimento” pode trazer sérios riscos físicos e psicológicos, como crises de ansiedade, baixa autoestima e vulnerabilidade física, facilitando o surgimento de doenças. “São várias indagações que passam na cabeça dessa pessoa, agravando seu estado de saúde e prolongando o período sem relações sexuais. Ela começa a se questionar se é atraente o suficiente ou por que ninguém se interessa por ela, a ponto de não querer ir para a cama”, detalhou Abdo.
Além disso, a falta de sexo pode levar os indivíduos a evitar contatos sexuais para não enfrentar situações embaraçosas. “É uma bola de neve que cresce até explodir em ansiedade, depressão, vulnerabilidade imunológica e doenças físicas”, alertou a psiquiatra.
Um estudo realizado pelo Instituto Kinsey, nos Estados Unidos, revelou que a frequência sexual varia conforme a idade e é influenciada por fatores como estilo de vida, saúde e libido, que tendem a diminuir ao longo dos anos. “É normal haver uma redução no número de atividades sexuais com o passar dos anos devido ao aumento das responsabilidades. Adultos têm emprego, filhos, orçamento doméstico, entre outras situações que acabam tirando o sexo do primeiro plano”, explicou Abdo.
É importante destacar que, para a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma vida sexual ativa é fundamental para uma boa qualidade de vida, e manter uma sexualidade ativa pode até aumentar a longevidade.