Um fóssil de larva microscópica, datado de aproximadamente 500 milhões de anos, foi descoberto na província de Yunnan, na China, e pode oferecer novas perspectivas sobre a evolução do cérebro dos artrópodes, que incluem insetos, aranhas e caranguejos. A pesquisa, publicada na revista Nature, descreve a nova espécie chamada Youti yuanshi, que viveu nos mares do período Cambriano e é considerada um ancestral dos artrópodes.
O fóssil, que é do tamanho de um grão de areia, foi encontrado em um estado de conservação notável, possibilitando a visualização de características anatômicas que nunca haviam sido observadas antes. A equipe de cientistas utilizou tecnologia de escaneamento por raios-X para criar imagens em 3D das estruturas internas da larva, revelando a presença de um cérebro primitivo e um sistema circulatório rudimentar, além de indícios de nervos associados a suas pernas e olhos simples.
A origem do excelente estado de preservação do fóssil ainda é um mistério. No entanto, os pesquisadores sugerem que, logo após a morte da larva, seus tecidos moles podem ter sido substituídos por fosfato, permitindo que se mantivessem intactos nas rochas ao longo dos milênios. A análise detalhada da anatomia revelou que a larva apresentava uma região ancestral do cérebro, que se desenvolveria em características típicas dos artrópodes, como antenas e apêndices variados.
Os cientistas destacam que a evolução do cérebro dos artrópodes possibilitou o surgimento de comportamentos complexos e uma diversidade morfológica significativa, que perdura até os dias atuais.